O Brasil está vivenciando dois fenômenos que, lamentavelmente, por culpa exclusiva do atual governo, vão alterar ainda mais a dinâmica econômica e social do país, seja pelo êxodo silencioso de profissionais qualificados ou pelo ambiente instável e Imposto sobre Valor Agregado (IVA) de 28%, o maior do mundo.
A falta de políticas públicas eficazes de incentivo à pesquisa e inovação e a indiferença estatal em relação ao talento de especialistas nacionais têm impactado negativamente o ânimo de profissionais qualificados, que preferem buscar melhores oportunidades fora do país. A procura por vistos de imigração para os Estados Unidos, por exemplo, disparou nos últimos meses.
Escritórios de advocacia com suporte jurídico em estratégia migratória repercutem que o visto EB-2 NIW, destinado a pessoas com graduação avançada ou habilidades excepcionais, tem se tornado uma opção cada vez mais procurada por bons profissionais. Esse fenômeno se dá em razão do crescente interesse dos Estados Unidos em atrair talentos estrangeiros para suas diversas indústrias, especialmente nas áreas de tecnologia, saúde e engenharia.
No Paraguai, país vizinho, o imposto unificado tem sua alíquota máxima de 10%. Daí que é cada vez maior a presença de indústrias brasileiras entre as plantas fabris do Paraguai, cujo fomento é impulsionado pela Lei de Maquila, que oferece benefícios às indústrias que vêm de fora, como o imposto único de 1% sobre o valor dos produtos em exportação.
Ao contrário do Brasil, o Paraguai pensa o país, utiliza estratégias inteligentes e aumenta a produtividade. Dados oficiais paraguaios dão conta de que 65% do que é produzido sob o regime de Maquila vem para o Brasil, 15% para a Argentina, 4% para os Estados Unidos, 3% para a Bolívia, 3% para o Chile, 2% para o Uruguai e 2% para a Holanda.
O sucesso do Paraguai está nas vantagens oferecidas, que têm inclusive seduzido empresas brasileiras, como a gigante têxtil Lupo, atraída por custos operacionais menores, impostos reduzidos e legislação trabalhista descomplicada. Toda a cadeia de valor do setor têxtil, da produção de fios à confecção de roupas, está aderindo à ideia.
O mesmo vale para produtos plásticos e metalúrgicos e para o agronegócio em geral, da produção de fertilizantes à produção de alimentos. Tudo muito atraente para os empreendedores brasileiros.
O IVA no Brasil é três vezes o adotado no Paraguai. É mais barato produzir no país vizinho e exportar para o Brasil. No Paraguai a alíquota máxima para o Imposto de Renda é a mesma para empresas e pessoas físicas, e é assim também para o IVA, de 10%. Ricos e pobres pagam um mesmo percentual de imposto. Uma forma simplificada de tributação de empresas e cidadãos. E sonegação perto de zero.
Lá no Paraguai, crescimento e desenvolvimento. Aqui no Brasil, êxodo silencioso, ambiente instável e IVA de 28%.