Opinião

O que a vida quer da gente é coragem

É preciso acreditar no país; faz-se necessária a contribuição de cada indivíduo


Publicado em 24 de dezembro de 2020 | 08:33
 
 
 
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O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem (Guimarães Rosa).

O que dizer ao ano de 2020 não seja adeus e que os períodos de pânico e incerteza em razão do coronavírus estão sendo superados, graças à força e fé de cada um para que o mal da pandemia fosse enfrentado. Corajosamente, a luta foi travada por muitos, vencida por tantos, mas perdida por outros, que se foram tão cedo, antes da hora, levados para longe dos amigos e familiares, lamentavelmente. 

Se esse ano foi ruim ou péssimo, o melhor é respirar fundo e reservar energias para o enfrentamento de novas batalhas que virão no bojo de 2021. O ficar em casa trouxe desemprego, falências, crises generalizadas, estresse, perdas e danos. Mas o brasileiro não desiste nunca. A competência de ressurgir das cinzas é tão grande, que as forças se renovam a cada sinal de fim da pandemia, de surgimento de novas oportunidades e de retomada da vida normal.

Embora se reconheça que a politicagem que grassa no país seja mais perigosa que o vírus, a cidadania não recua, junta forças e tenta renovar a cara da política. Mas o eleitor erra. Os políticos, salvo algumas exceções, continuam péssimos representantes. O interesse mercenário do sistema bicameral atrapalha o desenvolvimento e o crescimento. A economia oscila. Os governos se perdem em administrações sofríveis. A população protesta. O futuro é incerto, mas o brasileiro diz para si mesmo, parafraseando o escritor mineiro de Cordisburgo: o que a vida quer da gente é coragem.  

É preciso acreditar no país. Faz-se necessária a contribuição de cada indivíduo. Há que prevalecer a solidariedade. Todos precisam colaborar para que o Brasil dê certo. A diminuição da desigualdade social é uma necessidade nacional e um equilíbrio maior entre as classes é positivo e humanamente recomendado.

As autoridades constituídas precisam agir. Os 13,5 milhões de desempregados não podem esperar por favores e “toma lá dá cá” de membros do Congresso. A obrigação de atitudes severas é do Executivo e do Legislativo, nas esferas municipal, estadual e federal, com adoção de medidas econômicas e sociais corretas, que consolidem a confiança.

De posse da segurança de que medidas concretas estão sendo efetivadas, com ação e atitude, e diante de um ambiente menos hostil, o setor empresarial volta a investir e a criar empregos. O povo, por sua vez, tão logo tenha uma renda suficiente e satisfatória volta a consumir, e a máquina recomeça a girar. A confiança, a segurança, a ação e a atitude são as ferramentas para retomar o rumo. O país pode e deve sair desse fosso, mas precisa erradicar a pandemia, distribuir uma vacina 100% eficaz e trabalhar firme por um ano novo melhor, em vários sentidos.

Enfim, nossos sinceros votos são de um Feliz Natal para todos e que o ano de 2021 seja, no mínimo, de muita saúde, paz e prosperidade.

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