Menino, Roberto Fagundes colecionava dinheiro, lavava carros. Até o “clique”, o intercâmbio pelo American Field Service. Mesmo com a bolsa, voltou a lavar carros, janelas e limpou até neve. Voltou, deu aulas de inglês, foi engenheiro e acabou sócio dos irmãos, na Clan Turismo. Hoje, é presidente da Federação Convention & Visitors Bureaux de MG e do Conselho do BH Convention & Visitors Bureaux.
Como tem passado o engenheiro Roberto?
Ficou no passado mesmo. Formado em engenharia, construí e vendi casas. Depois, um prédio. Quando a Caixa suspendeu o financiamento habitacional, tive enorme prejuízo, perdi tudo. Daí passei a me dedicar totalmente ao turismo.
E agora? Qual o norte?
Realizei inúmeras viagens a todos os continentes. Daí, enveredei pelo setor hoteleiro em BH. Mais tarde, com a Mendes Jr., veio o primeiro apart-hotel. Já com a Clan Administração de Hotéis, foram outros oito – por último, um no Funcionários.
E a ACMinas?
Por meio de um amigo, comecei no Conselho de Turismo da ACMinas. Virei sócio e diretor. Fui presidente dos conselhos de Logística e de Assuntos Internacionais. Com o tempo, fui vice e presidente. Foi como se tivesse feito um MBA em negócios e relações públicas.
Qual foi seu legado?
Otimismo, com honestidade, correção.
Qual a luta da hora?
O governo Novo optou por unir as secretarias de Estado de Cultura e Turismo, o que não consideramos interessante. Solicitei uma audiência com o governador. Esperamos que ele, que é de Araxá, uma das principais cidades turísticas do Estado, tenha sensibilidade bastante para nos ouvir.
Turismo & Cultura...
Convivem, cada um em sua área. O turismo é a leitura moderna da cultura, é negócio; um setor que processa recursos naturais, culturais e humanos, sem desgastá-los, de forma articulada e planejada. O turismo tem que ser reconhecido como uma área estratégica para o desenvolvimento do Estado. Segundo a Organização Mundial do Turismo, o turismo é o terceiro maior negócio do mundo.
E um mineiro como ministro do Turismo?
Sim, Marcelo Álvaro Antônio. Ele tem o maior interesse na parceria com o Estado; em resgatar todo o potencial de Minas. Nosso único receio é que o “cavalo passe arreado” e não saibamos aproveitar.
E o famoso Turismo de Negócios?
É vocação de Minas a atividade turística. Somos muito ricos em diversidade cultural e natural. Estamos no centro do Brasil, o que nos confere posição estratégica. Precisamos sediar grandes eventos nacionais e internacionais. Mas, antes, promover o Estado.
E BH?
BH tem 126 hotéis. Temos o Expominas; o aeroporto internacional, que é o 3º melhor do país; a gastronomia, bares, restaurantes, casas de espetáculos, museus, o Circuito Liberdade. Falta um grande centro de convenções. Mas até o Minascentro está fechado. Para “vender” BH, foi constituído o Convention & Visitors Bureau, que precisa do apoio de todos os setores para o desenvolvimento do turismo de negócios.