Efeito Haddad
A escalada de Haddad ao posto de vice-líder isolado nas pesquisas, e um dos favoritos para o segundo turno presidencial, injetou ânimo na campanha de Pimentel. Pode-se dizer que mudou o clima no palanque do governador. E a abriu uma nova linha de argumentação a favor da reeleição. A partir de agora, Pimentel irá se vincular ao presidenciável petista e bater na tecla do realinhamento de Minas ao poder nacional. Dirá que os recursos federais para o Estado cessaram após Temer assumir e que essa ausência federal agravou a crise. Em resumo, Pimentel já tem texto e roteiro para tirar proveito das expectativas eleitorais positivas de Haddad.
Plano traçado
Outras duas orientações táticas devem marcar a campanha petista daqui para frente: Dilma Rousseff está encarregada de fazer o embate político-ideológico com o PSDB, deixando o governador mais disponível para falar sobre gestão; e a propaganda vai continuar ligando os tucanos ao governo Temer, ao impeachment e à crise político-institucional no país.
Pedra cantada
O crescimento de Haddad, de 8% para 19% em sete dias, não surpreendeu os profissionais de política e marketing. Todos já esperam por isso. O salto petista foi inclusive antecipado pela coluna em notas no dia 2 de setembro. Era a pedra cantada pelas pesquisas desde maio, que apontavam uma fatia do eleitorado (entre 20% e 24% conforme o instituto) decidida a votar no candidato de Lula, seja ele qual for. Haddad está chegando ao patamar natural do nome lulista. A partir daí a subida passa a depender em maior medida do desempenho pessoal do candidato.
Momento Wagner
Com muita economia e criatividade, a Fundação Clóvis Salgado coloca em cena no dia 20 a sua segunda produção operística no ano: O Holandês Errante, ópera de Richard Wagner com trechos popularizados pelo cinema. É a primeira vez que a fundação monta uma obra do famoso compositor alemão. O espetáculo com artistas da casa e solistas convidados está impressionante e muito lindo segundo quem teve acesso aos ensaios. Mas, em princípio, só os mineiros vão poder vê-lo: não está prevista nenhuma apresentação fora de Belo Horizonte em função do alto custo de deslocamento de cenários e elenco.
Thiago e Juliana Gontijo
Cruzeiro e Aécio
O senador Zezé Perrella, presidente do Conselho Deliberativo e ainda um dos maiores cartolas do Cruzeiro, fechou na noite da última terça-feira, um acordo com a Máfia Azul para apoio da torcida cruzeirense à candidatura de Aécio Neves à Câmara Federal. O ex-governador tucano é conselheiro do clube, além de um aliado político histórico de Perrella.
Ajuda polêmica
Aécio também vem recebendo forte ajuda no Cruzeiro do vice-presidente de futebol, Itair Machado, um dirigente associado ao grupo de Perrella na atual configuração de poder no clube. Agora, com a entrada da torcida organizada, o engajamento de dirigentes cruzeirenses na campanha aecista deve ganhar mais evidência. E ampliar o desconforto de outros membros do clube com tal apoio. Já tem conselheiro disparando críticas e denúncias pesadas em grupo de WhatsApp.
Cada um por si
Embora integrem a mesma chapa, os candidatos ao Senado Dinis Pinheiro (SD) e Rodrigo Pacheco (DEM) vêm trabalhando separados, cada qual para o seu lado; na realidade, agem mais como adversários. Dinis faz campanha solo desde o começo, pedindo votos para si e para dois candidatos parentes: a irmã e um sobrinho. E Rodrigo, convencido da vitória de Dilma como primeiro voto, postou vídeo na internet pedindo o segundo voto do eleitor e ignorando o parceiro oficial de chapa.
Eu primeiro
Na guerra da sobrevivência eleitoral, também os candidatos a presidente vão sendo sacrificados. Exemplo são peças de Dinis ao lado de Bolsonaro, o principal alvo do presidenciável da sua coligação, Geraldo Alckmin. Uma ala do partido bolsonarista, PSL, está apoiando o candidato do SD.