Após o fim da 30ª Bienal de São Paulo, Belo Horizonte recebe pela segunda vez, entre janeiro e março, uma itinerância da mostra. O recorte, composto de 270 obras de 35 artistas, foi feito de forma a compor, segundo o curador associado André Severo, uma leitura concentrada do que se tinha em São Paulo. 

Intitulada “A Iminência das Poéticas”, a Bienal de 2012 buscou trabalhar a arte em sua capacidade de colocar em suspensão. Ser sempre uma coisa que está pra acontecer, da qual nunca se tem certeza.
 
Juiz de Fora e algumas cidades do interior de São Paulo também receberão recortes da Bienal, mas o da capital mineira é a que conta com o maior número de obras. A expografia, concebida pelo arquiteto Martin Corullón, foi desenhada especialmente para os espaços belo-horizontinos. “O papel da arquitetura na Bienal inteira foi essencial, ajudando a transformar o que era um mapa conceitual numa distribuição espacial e criando grandes possibilidades de articulação e eixos de leitura”, explica Severo.
 
De acordo com ele, as articulações curatoriais vão estar mais expostas em BH. “Com uma escala reduzida e a seleção que fizemos, a visão aqui é mais direcionada, mas mantendo o conceito original”, esclarece. “Mesmo quem teve a oportunidade de percorrer a mostra em São Paulo, vai ter outro tipo de experiência”.
 
A seleção das obras contemplou artistas mais preocupados com a questão do discurso, alguns inclusive colocam em xeque inclusive a própria ideia de trabalhar com arte. Nesse sentido, o nome do sergipano Arthur Bispo do Rosário (1911-1989) chama a atenção. O artista passou mais da metade de sua vida recluso em um hospital psiquiátrico e tinha sua obra como uma missão divina.
 
30ª Bienal de São Paulo – Seleção de Obras
Palácio das Artes (av. Afonso Pena, 1.537, centro, 3236-7400) e Centro de Arte Contemporânea e Fotografia (av. Afonso Pena, 737, centro). Do dia 17 de janeiro (quinta) até 17 de março. Gratuito.