MÚSICA

Encontros musicais de Amaral

Músico inaugura, a partir da próxima quinta (26), o projeto Chico Amaral Convida Seus Parceiros, em que receberá colegas no palco do Centro Cultural Minas Tênis

Por Patrícia Cassese
Publicado em 21 de julho de 2018 | 03:00
 
 
 
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Não há uma data redonda que justifique a iniciativa. Mas, sim, é com vistas a celebrar sua trajetória que o compositor e instrumentista Chico Amaral inaugura, a partir da próxima quinta (26), o projeto Chico Amaral Convida Seus Parceiros, em que, até outubro, receberá colegas no palco do Teatro do Centro Cultural do Minas Tênis Clube. Quem inaugura a iniciativa é o cantor e compositor Ed Motta. Os demais encontros serão com Leo Gandelman, Samuel Rosa e Marina Machado + Affonsinho. 

Aos 61 anos, Chico Amaral lembra que, ao longo de sua carreira, já firmou outras tantas parcerias, mas esses nomes foram escolhidos para essa primeira versão do projeto “de forma espontânea”.

“O Samuel, claro, porque foi a pessoa que me possibilitou um destaque no cenário musical, devido à nossa parceria”, diz ele, que, junto ao vocalista do Skank, escreveu sucessos como “Pacato Cidadão”, “Tão Seu” e “Vou Deixar”.

Marina Machado e Affonsinho são outros dois mineiros arrebanhados. “O Affonsinho é um querido! Foi meu primeiro parceiro e, na verdade, o responsável pelo meu encontro com o Samuel. Ele estava procurando um letrista e o Affonsinho falou para me contactar”. 

Sobre Marina, Amaral diz: “Sem contar o Skank, é a minha intérprete mais constante. Fora das parcerias, foi a pessoa que mais se interessou em gravar minhas músicas, é muito próxima. No seu primeiro disco (“Baile das Pulgas”, de 1999), a Marina gravou muita coisa minha, inclusive duas parcerias com o Flávio Henrique (“Casa Aberta” e “Bagaceira”)”. 

O saxofonista Leo Gandelman transita em um universo musicalmente distinto, mas Chico Amaral o considera uma persona de muita importância em sua carreira. “A gente tem uma antiga camaradagem, uma admiração mútua. Sou muito grato a ele, que sempre foi muito generoso comigo, me deu muita força. É um cara de outra cena, que não é mineiro, e, sim, carioca, e atua lá (no Rio) e no mundo todo”.

Por último, mas não menos importante, ele fala de Ed Motta. “A gente tem uma parceria muito legal, e quero afirmá-la, mostrá-la. E o Ed é importante na minha trajetória por uma particularidade: me incentivou a tocar saxofone. Vou dizer de outra forma: valorizou muito o saxofonista que me tornei. Eu queria muito mostrar às pessoas o meu lado instrumentista, não só o letrista, e ele foi um dos primeiros a reconhecer isso”. 

A apresentação com Motta abre espaço para releituras, como a de “Nefertiti”, de Wayne Shorter, “que é uma curtição minha e dele também”. “A gente gosta muito de jazz, e essa é uma música que eu já tocava há tempos. E foi uma coincidência (na hora das sugestões). Então, falei: ‘vambora’, pelo prazer de fazer uma música instrumental de um cara que a gente admira”. 

Mas, claro, o repertório também abre espaço para as parcerias dos dois, como: “Daqui pro Méier”, “Lustres e Pingentes”, “Luna & Sera”, “Mágicas de um Charlatão”, “Flores da Vida Real” – “essa, a mais recente que fizemos, há coisa de uns 4 ou 5 anos” – e “Fox do Detetive”, “mais jazzística”. Sim, há uma outra dobradinha, “Rosa de Areia”, mas, segundo Chico, essa vai ficar para outra ocasião. “Ele ainda nem gravou”, justifica o músico, que foi apresentado ao Motta pelo radialista e produtor Dênio Albertini. 

Os elogios ao parceiro são generosos. “É um apaixonado por música. Encara com seriedade o que faz e tem de fato alma de músico. Respira isso e gosta de trocar figurinhas, saber da música do outro, como o outro pensa”, conclui.

Chico Amaral Convida Ed Motta
Centro Cultural Minas Tênis Clube (r. da Bahia, 2.224, 3516-1027). Dia 26 (quinta), 21h. R$ 40 (inteira).

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