MÚSICA

O incessante Juarez Moreira

Mineiro se apresenta na próxima quinta (26), no Sesc Palladium, a convite do projeto “Salve o Compositor!

Por Lara Alves (*)
Publicado em 21 de julho de 2018 | 03:00
 
 
 
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Sobre sua carreira, Juarez Moreira propõe uma analogia: o desejo de estar sempre ativo, compondo e se apresentando pode ser comparado ao ofício de um pintor que não se desgruda de sua arte, retorna às telas antigas e está sempre em movimento. 

O mineiro (de Guanhães) completa 40 anos de carreira este ano, mas iniciou as comemorações no fim de 2017, com o projeto “Juarez Moreira e Convidados”, que homenageou Milton Nascimento, Antonio Carlos Jobim, Ary Barroso e Baden Powell. 

Dando continuidade às festividades, Moreira se apresenta na próxima quinta (26), no Sesc Palladium, a convite do projeto “Salve o Compositor!”. Dessa vez, o artista não propõe homenagens ou se debruça sobre os clássicos que marcaram sua trajetória, mas apresenta um “work in progress”, onde adianta para o público trechos do show inédito que prepara para o Savassi Festival, que será realizado em agosto. 

Essa apresentação, aliás, obrigou o músico a revisitar composições escritas e esboçadas nas últimas quatro décadas com o intuito de produzir um repertório inédito. “Eu componho o tempo todo, estou em constante laboratório. Para montar esse repertório, precisei procurar músicas que nunca tinha apresentado, composições que comecei a fazer e não terminei, e outras às quais faltavam partes. Algumas eram grandes demais e precisavam diminuir, em outras, eu só tinha os primeiros acordes. Precisei fazer uma imersão”, explica.

A árdua tarefa de selecionar esse material e trabalhar nas canções que precisavam ser finalizadas surgiu logo que Juarez retornou de uma turnê de dois meses pela Europa. “Voltei muito cansado, mas fiquei um mês inteiro trabalhando nelas, finalizando e dando corpo. Contei com a ajuda de amigos que iam até a minha casa e me ofereciam ajuda”, conta. 
Aliás, para a apresentação no Sesc, o músico conta com muitas parcerias. Juarez costuma tocar com trios ou quartetos, mas, desta vez, ampliou o espectro e contará com Kiko Mitre (contrabaixo), Lincoln Cheib (bateria), Cléber Alves (saxofone) e Deangelo Silva (piano). “É muito criativo, o processo com mais músicos. Deixo muito espaço para todo mundo tocar um pouco, crio as músicas de uma forma diferente. Distribuo cada artista conforme a natureza de cada canção”, avalia Juarez.

Sem parar

Após a apresentação noSesc Palladium e quando concluir o processo de criação do Savassi Festival, Juarez vai se envolver ainda mais com a produção dos três discos que pretende lançar nos próximos meses. O primeiro, “Cuerdas del Sur”, deve sair já em novembro. Trata-se de um projeto coletivo, elaborado junto a Toninho Horta e Chiquito Braga (1936-2017), além do argentino Luis Salinas e do chileno Christian Gálvez.

Outro álbum é “Cine Pathé”, reunião de canções que receberam letras escritas por amigos de Juarez ao longo dos anos. São 20 composições, apresentadas com a participação de artistas como Monica Salmaso e Wagner Tiso. “É um disco que fala muito dessa minha história com BH”, explica. O álbum, aliás, leva o nome da faixa que homenageia a antológica sala de cinema. 

Em tempo: o artista deve começar a produzir ainda este ano o CD que registra a homenagem feita a Tom Jobim no começo do ano. Sobre outros projetos, Juarez brinca: “Se eu falar, vai até demorar”. 

 

Salve o Compositor! traz Juarez Moreira

Sesc Palladium (av. Augusto de Lima, 420, centro, 3214-5350). Dia 26 (quinta), às 20h. R$ 20 (inteira). 

(*) Sob supervisão de Patrícia Cassese

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