MÚSICA

Savassi recebe ‘Som Clube’

Festival Som Clube leva atrações musicais de todos os gostos para a Savassi, a partir da próxima sexta-feira

Por Patrícia Cassese
Publicado em 21 de julho de 2018 | 03:00
 
 
normal

Na última terça (17), Simone Mazzer teve uma grata surpresa: seu nome despontou entre os das três cantoras indicadas ao Prêmio da Música Brasileira 2018, na categoria Pop/Rock/Reggae/Funk/Hip Hop. No caso, a paranaense, radicada no Rio de Janeiro, concorre com Gal Costa e Tulipa Ruiz. Independentemente do resultado (a vencedora só será revelada no dia 15 de agosto), vale lembrar que, em 2016, ela faturou o mesmo certame, na categoria Revelação. O feito de agora dividiu os holofotes com outro acontecimento de destaque na semana: pela primeira vez, Simone dividiu o palco com a diva Angela Maria.

A constatação do bom momento amplia-se com a oportunidade que a traz de volta à capital mineira: Simone é uma das atrações do Som Clube, festival que vai ocupar a Savassi a partir da próxima sexta (27) e até o dia 12 de agosto. A cantora, aliás, é a atração de abertura, em uma grade que também contempla a banda Teach Me Tiger, Gui Hargreaves, Eduardo Dussek e Liniker e os Caramelows. Vale dizer que a entrada é gratuita.
Feliz com a oportunidade, Simone confessa que quer o público com os ouvidos bem abertos, “para se divertir, cantar junto, curtir, pular, dançar, sair feliz”. 

Na verdade, o primeiro contato da moça com as plateias locais se deu não por meio da música, mas do teatro. “Comecei a ir aí com a Armazém Cia. de Teatro, que tinha uma relação legal com o (Grupo) Galpão. A gente sempre trocou muita figurinha”, rememora. Já na sua vertente cantora, ela veio pela primeira vez para o lançamento do primeiro disco, “Férias em Videotape”. “E, depois, com o (cantor e compositor gaúcho) Felipe Catto, na turnê do Prêmio da Música Brasileira”.

O novo show, conta ela, está super recente. “Estreou há pouco tempo, para lançar single, mas aconteceu só no Rio (em junho, no Teatro Ipanema). Então, é a primeira vez que vamos sair. Tem músicas do primeiro disco, que não poderiam ficar de fora, que são bem representativas do trabalho, e algumas que eu já poderia chamar de embrião do que pode ser um novo projeto, seja um novo disco ou uma sequência de singles”, anuncia.
Heterogêneo, o espetáculo também é, segundo ela, “bem forte”.

“Musicalmente, há desde baladas, coisas mais delicadas, até um rock mais padrão – mas tudo dentro de um contexto que é muito atual, que aborda questões como a aceitação do outro”. 

Tema que, vale pontuar, está na ordem do dia. “Sim, é um tema recorrente, mesmo porque, estamos vivendo um momento delicado no mundo. E o ser humano se querer como igual, isso tem falado muito em mim”, diz ela, esclarecendo, porém, que não trabalha esse viés de modo panfletário ou mesmo politizado. “E sim por um conceito mais humano, para o qual utilizo desde a delicadeza de uma música no formato piano e voz até a porrada do rock por meio de uma guitarra distorcida”.
 

Novo single

O single que motivou o novo show é “Corpo”, de Luisão Pereira. “O curioso é que conheci a música no momento que estava selecionando o repertório do disco, mas ela acabou não entrando. Mas isso é que legal na música, você não usa para o disco, mas fica com isso na cabeça, e aí a gente começou a trabalhar, a arranjar, a pensar na nova roupa... É uma música muito simples, de letra objetiva. Tem a ver com o corpo, mas não só o meu, o de todo mundo, e da relação com o outro. As pessoas ficam muito fixadas na plástica, na forma, e se esquecem que, ali, habita uma pessoinha que precisa ser cuidada”, diz ela, que também deve colocar a voz a serviço de “Paralelas”, de Belchior.

Festival Som Clube 
Abertura com Simone Mazzer. Dia 27 (sexta), às 18h30. Praça da Savassi (esquina da rua Antônio de Albuquerque com Paraíba). Gratuito.

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!