Berço de grandes nomes do samba, como Ataulfo Alves, Geraldo Pereira e Clara Nunes, Minas Gerais nem sempre é associado ao gênero, mais identificado com o Rio de Janeiro e a Bahia. Mas o Estado continua celeiro de grandes sambistas. Que o digam Aírton Cruz, 54, João Batera, 47, Pedrinho do Cavaco, 44, e Silvestre Filho, 51, que lançam o CD “Sambeiro, Trabalhadores do Samba”, em show único nesta terça (7), no teatro Pio XII.

“Sambreiro” reúne 17 composições autorais, num cardápio de ritmos que vão do partido alto ao samba rock. “O disco foi uma ideia do Leonardo Apparício, um dos produtores. Ele resolveu nos juntar em um CD, e o nome foi escolhido pelo fato de a gente trabalhar duro para o samba e pelo samba”, explica Batera, que toca desde pequeno com o pai e passou por diversos grupos e parceiros em BH, como Ronaldo Coisa Nossa, Goiabada Cascão, Grupo Essência.
 
Já Aírton é mestre do violão de sete cordas e se formou em música em 2015. É conhecido pelo estilo refinado de samba canção, que remete a Paulinho da Viola. Silvestre traz no currículo trabalhos ao lado de majestades como Bezerra da Silva, Jovelina Pérola Negra, Leci Brandão e Marquinhos Satã. E Pedrinho do Cavaco assina composições que refletem o que há de mais tradicional no samba de roda. “Lutamos pelo samba em Minas há muito tempo, e ficamos felizes com a oportunidade que vamos ter de reunir e mostrar nosso trabalho”, reforça Batera.
 
Influência
Segundo ele, o samba feito em Minas possui sua marca, que o difere das outras praças, embora sofra grande influência de Rio, São Paulo e Bahia. “Aqui, em Minas, a gente faz diferente, a toada que a gente leva à sonoridade tem muito a ver com nosso jeito de ser: mais pacato, mais calmo, mais mineiro, né?”, conta o músico, que diz não se prender a vertentes específicas. “O nosso samba é uma mistura de tudo, misturamos o novo com o antigo e reinventamos”, completa.
 
Perguntado a respeito de sambistas que inspiram seu trabalho, Batera afirma que, embora não se prenda a estilos, alguns sambistas são influências perceptíveis no trabalho dos mineiros, como Arlindo Cruz e João Nogueira. “Se você pegar para escutar, vai perceber uma palinha deles, neste CD”, diz. 
 
Para o show de lançamento, foram convidados a tocar as 17 músicas ao lado do Sambeiro nomes tradicionais do samba da cidade e grandes parceiros de roda e estrada dos quatro compositores. 
 
Sambeiro – Trabalhadores do Samba
No lançamento do CD “Sambeiro,
Trabalhadores do Samba”
Teatro Pio XII (r. Alvarenga Peixoto, 1.679). Nesta terça (7), às 20h. R$ 10 (convite), R$ 15 (CD e convite)