Nascido como apenas um palco dentro de outro festival – daí o seu nome – e depois transportado como um evento completo para uma casa de shows, em sua quinta edição, o Palco Ultra Festival vai ser realizado pela primeira vez em praça pública, com entrada franca. No próximo sábado (22), a praça da Assembleia vai ser ocupada por novos e proeminentes nomes da cena autoral e independente de Belo Horizonte e do Brasil.
Entre eles, o rapper Djonga, Marcelo Veronez, Sara Não Tem Nome, Moons e Luan Nobat. De fora, os baianos do Maglore e Giovani Cidreira, além da banda formada em Campinas Francisco, el Hombre. “Nós criamos algumas regras para fazer a seleção e uma delas era que os artistas precisavam ter lançado trabalhos recentemente, há, no máximo, um ano”, explica Barral Lima, idealizador do Festival. “Privilegiamos, como headliners (destaques da grade), alguns artistas que estão rodando o país, que têm a ver com essa cena nova que tá pintando já há algum tempo em BH. Uma nova MPB contemporânea. É difícil definir o estilo, mistura um pouco com rock, música eletrônica, essa nova sonoridade”.
Realizado pela produtora Ultra Music, o Palco Ultra ganhou em 2018 um importante parceiro: o recém-criado selo mineiro Under Discos. Foi essa parceria, aliás, que permitiu que o festival fosse levado para a rua. Criado para proporcionar uma estrutura mais sólida a produções de novos compositores e artistas para projetá-los no amplo cenário nacional, tinha em sua gênese o DNA do produtor Carlos Eduardo Miranda, falecido em março deste ano, que contribuiu diretamente em sua idealização, ao lado de Lima – e, por isso, vai ser homenageado no evento.
“Infelizmente ele se foi, mas a ideia ficou e decidimos botar pra frente, pensando sempre como ele queria que fosse. Ele tinha um jeito muito dele, de falar e entender, muito sincero, mas muito carinhoso. A homenagem é uma forma de mostrar que o modo dele de levar a nova cena, de colocar novos artistas na rua, vai estar sempre com a gente”, explica.
Assembleia
Um aspecto que chama a atenção é a escolha da praça da Assembleia para a realização do festival em detrimento de espaços como a praça da Estação ou a Duque de Caxias, mais conhecidas por abrigar eventos com esse formato. “Apesar de não ser no centro da cidade, ela está num ponto estratégico, é atendida por várias linhas de ônibus. Além de ser plana, bem cuidada e ter o tamanho certo para o nosso evento, já que abriga até 5.000 pessoas. Acreditamos que a praça da Estação tem tudo a ver com o evento, mas é muito grande e ainda não temos esse público. Espero que algum dia possamos fazer lá”, conclui.
Palco Ultra Festival
Djonga / Francisco, El Hombre / Maglore / Giovani Cidreira / Luan Nobat / Marcelo Veronez / Sara Não Tem Nome / Moons e discotecagem da DJ Aída Lage
Praça da Assembleia, Santo Agostinho. Dia 22 (sábado), a partir do meio-dia. Entrada gratuita.