A pastinha verde e picante que costuma acompanhar o peixe cru na comida japonesa anda fazendo sucesso na culinária do lado de cá do globo. “Uso o wasabi para dar uma apimentada em pratos e molhos sem precisar usar a pimenta”, é o que conta o chef Jaime Solares, do Borracharia Gastropub. 

No purê de batata, em pó, para empanar o peixe, na manteiga, para acompanhar carne, frango ou pescados são algumas das maneiras com as quais Solares utiliza a iguaria. A influência veio da fonte. Quando viveu em Nice, sul da França, o chef trabalhou para o restaurante de Keisuki Matsushima, japonês radicado no país europeu. “A casa servia comida francesa com influência japonesa e o wasabi vinha até na sobremesa. No molho de carne era fortemente utilizado”, conta Solares, que se diz fã da pasta verde. 
 
O que é
No Brasil, o produto é vendido em pó, para ser hidratado, ou em pasta, em formato de tubo de pasta de dente. Além do sabor marcante, a iguaria é rica em potássio, cálcio, magnésio, fósforo e vitamina C, tem poder antibiótico e bactericida. No entanto, a maioria dos produtos que consumimos como wasabi são, na verdade, uma mistura de raiz-forte, corante e outros aditivos. 
 
A raiz-forte vem da Europa, cresce na terra e pode ser mais facilmente encontrada no Brasil. Já o wasabi – a planta, não o produto –, é uma cara e rara raiz oriental, cultivada em lagos de água fria do Japão. 
 
“Wasabi é bom fresquinho. Ele dura uns dois dias no máximo em sua forma ideal, por isso, no Japão, os fornecedores entregam aos bons restaurantes a cada dois dias”, disse o sushiman Edson Yamashita, do paulistano Aze, ao “Estado de São Paulo”. “Tem um restaurante em São Paulo que importa a raiz do Japão e a serve ralada, que é como tradicionalmente costuma ser servida. No Brasil, não se cultiva wasabi, por isso, não o encontramos aqui”, é o que conta o chef Guilherme Melo, do Hermengarda. O restaurante serve um prato de atum com crosta de quinua, purê de nhame e creme de wasabi. “A pasta fica muito boa se misturada a tubérculos. Já experimentei no purê de baroa e no camarão na abóbora com manga. 
 
O restaurante Akemi, de oriental fusion food, eleva o uso do ingrediente à sobremesa. O brownie com cobertura de wasabi e sorvete é sucesso na casa. “Estamos prestes a introduzir uma segunda opção de doce e também temos um mojito que leva o ingrediente”, diz Henrique Dornelas, dono da casa.