Fake news

Mentiras inconvenientes

Grande influenciador de importantes movimentos políticos na nossa história recente, o fenômeno das fake news ainda está incipiente e, segundo especialistas, tende a se agravar muito

Por Jessica Almeida
Publicado em 21 de abril de 2018 | 03:00
 
 
 
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A votação do Brexit, no Reino Unido, e as eleições presidenciais norte-americanas, em 2016, são um grande marco na história recente da humanidade no sentido de terem despertado a consciência das pessoas sobre o poder de influência das chamadas fake news, ou seja, notícias falsas. Desde então, esse assunto vem ocupando lugar de destaque no debate público. O que não tem sido tão falado, no entanto, é que esse cenário ainda pode piorar muito. Com o avanço da inteligência artificial, estamos a poucos passos de ter acesso com facilidade a ferramentas de falsificação muito mais refinadas, capazes de, por exemplo aplicar o rosto de alguém em situações comprometedoras, ou, ainda, com amostras de fala de determinada pessoa, produzir qualquer discurso com timbre, cadência e entonação praticamente iguais aos de quem forneceu a amostra. É a era das deep fake news (falsificação profunda), que ainda está por vir.

Uma pesquisa realizada pelo instituto norte-americano Pew Research Center perguntou a cerca de mil estudiosos, pessoas envolvidas com tecnologia, pensadores estratégicos e outros especialistas se nos próximos dez anos emergirão métodos confiáveis para bloquear narrativas falsas e permitir que dados mais precisos prevaleçam no ecossistema global de informações, ou se a qualidade e a veracidade do conteúdo on-line se deteriorará devido à disseminação de ideias socialmente desestabilizadoras, às vezes até perigosas.

A resposta de 51% dos especialistas foi que o ambiente de informação não vai melhorar na próxima década. As duas principais razões citadas foram que atores manipuladores vão usar novas ferramentas digitais para tirar proveito da preferência inata dos seres humanos por conforto e conveniência, e que nossos cérebros não estão preparados para enfrentar o ritmo da mudança tecnológica. 

Os 49% que acreditam que as coisas vão melhorar em geral invertem esse raciocínio. Suas razões são que a tecnologia pode ajudar a resolver esses problemas – alguns preveem o surgimento de melhores métodos para criar e promover fontes de notícias confiáveis – e também afirmam que é da natureza humana se unir e resolver problemas, uma vez que as pessoas sempre se adaptaram à mudança, e que essa atual onda de desafios também será superada.

Problema complexo

Diante disso, quais são os caminhos e o que pode ser feito para evitar esse primeiro cenário, tão aterrador? As soluções, de acordo com o professor associado da Universidade Harvard e titular aposentado do Departamento de Ciência da Computação da UFMG Virgilio Almeida, vão passar por dois eixos: ciência e tecnologia, lei e alfabetização midiática.

Mas, antes de tudo, é preciso entender o que está acontecendo. O Conselho da Europa classificou as fake news em três categorias pertencentes a um quadro maior que foi chamado de desordem informacional, um conceito relevante por abranger diversas nuances da manipulação. Existe a desinformação (disinformation), ou seja, a notícia falsa deliberadamente criada para prejudicar alguém, um grupo ou instituição; a informação errada (misinformation), que apresenta erros, mas não é criada com a intenção de fazer mal; e a má informação (mal-information) que embora tenha bases reais, é editada e disseminada para causar danos.

Almeida explica que notícias falsas sempre existiram, o que muda nesse momento é a velocidade com que se espalham e sua capilaridade, ou seja, a quantidade e diversidade de pessoas que atingem. “Devido à hiperconectividade, estamos o tempo todo ligados às redes e às pessoas. Isso faz com que qualquer coisa se propague muito rapidamente, é praticamente instantâneo”, afirma.

As notícias falsas, especificamente, tendem a se espalhar ainda mais rápido e de modo mais abrangente. Estudos de Deb Roy, professor do Massachusetts Institute of Technology (MIT), publicados na revista “Science”, comprovam tal afirmação. O grupo analisou histórias verdadeiras e falsas que circularam pelo Twitter desde 2006 até 2017 totalizando 126 mil sequências de tuítes espalhadas mais de 4,5 milhões de vezes por 3 milhões de pessoas, de temas diversos como política, negócios, entretenimento, ciência e desastres naturais. A probabilidade de notícias falsas serem retransmitidas é 70% maior do que as verdadeiras e a porcentagem aumenta quando os temas são políticos.

A equipe de Roy também concluiu que a mentira tem um estilo de redação específico, apresentando linguagem simples e direta e apelando para sentimentos básicos como medo e raiva. “A pesquisa também demonstra que as notícias falsas são articuladas para trazerem novidades, essa é uma das hipóteses de por que elas são mais passadas para a frente do que a verdade”, acrescenta Almeida.

Furar a bolha

As chamadas bolhas das redes sociais também favorecem a disseminação de informações falsas, como observa a jornalista e professora da PUC-SP Pollyana Ferrari, autora do recém-lançado livro “Como Sair das Bolhas” (176 páginas, R$ 36, ed. Educ e Armazém da Cultura). “Os algoritmos privilegiam o que cada um curte e compartilha, amigos que pensam diferente não são mostrados, ou seja, ficamos dentro das bolhas daquilo que acreditamos. Os produtores de fake news, então, têm a possibilidade de mapear públicos de interesse e postar informações que vão ser direcionadas a ele”, diz.

A polarização política é outro elemento que influencia a penetrabilidade de notícias falsas, como pontua o diretor de divulgação científica e professor do departamento de sociologia da UFMG Yurij Castelfranchi. “Se uma pessoa odeia um político e surge uma notícia de que ele é pedófilo, ela tende a acreditar. A raiva é tão grande que a faz querer acreditar. E se gostaríamos que fosse verdade tendemos a impulsioná-las”, diz.

Ele acrescenta que o que pesquisas dentro e fora do Brasil têm concluído a respeito do que faz com que alguém acredite e compartilhe um boato pouco têm a ver com a escolaridade. “Este é apenas um fator, mas não o mais importante. Os que parecem mais relevantes estão ligados a atitudes, visões políticas, posicionamento moral, trajetória de vida, crença e, sobretudo, confiança nas instituições”, explica.

Dessa forma, a difusão de notícias falsas está menos ligada à ignorância do que ao preconceito, que, ele pondera, não têm relação de causa e efeito. “Quando a informação consola nossa raiva contra o outro, ela tende a ser tida como verdadeira. Por isso, em ambientes racistas, circula muita notícia falsa sobre negros, por exemplo. E, em geral, a pessoa continua acreditando mesmo se alguém explica que aquilo é mentira”, afirma. 

A manipulação de informações existe desde os tempos remotos. Confira: 

Efetivamente, as notícias falsas sempre existiram. Os primeiros registros de histórias de veracidade duvidosa aparecem logo no século VI, ainda que a produção de notícias falsas tenha atingido seu apogeu em Londres, durante o século XVIII.

Período Bizantino Procópio foi um historiador bizantino do século VI reconhecido por escrever a história do imperador Justiniano. O curioso é que ele também produziu um livro secreto, chamado “Anekdota”, cheio de histórias de veracidade duvidosa que arruinaram completamente a reputação do imperador e de seus pares. 

“Pasquinadas” Basicamente, eram fake news em forma de poesia escritas por Pietro Aretino para manipular a eleição para pontífice em 1522. O jornalista do século XVI pregava, na estátua de um personagem chamado Pasquino, sonetos que disseminavam notícias falsas sobre todos os candidatos – surgiu aí o termo “pasquim”.

Canard Eram gazetas cheia de boatos e notícias falsas que circularam pelas ruas de Paris durante os 200 anos que se seguiram após o século XVII. Um dos casos mais curiosos aconteceu quando, na década de 1780, foi anunciada a captura no Chile de um monstro que tinha cabeça de fúria, asas de morcego e rabo de dragão. 

“Homem-parágrafo” Na Londres de 1770, homens recolhiam fofocas em cafés, escreviam algumas frases em um papel e as levavam para impressores e editores, que as imprimiam em forma de pequenas reportagens.

The Morning Post Um jornal fundado pelo reverendo Henry Bate, em 1772, que era uma sucessão de parágrafos sobre notícias quase sempre falsas. O periódico, aliás, chegou a publicar uma matéria falsa sobre um prostituto que prestava seus serviço à rainha Maria Antonieta, da França. 

Vida alienígena Em 1835, o jornal americano “The Sun” publicou uma série de seis artigos sobre a possibilidade de que os alienígenas estavam vivendo na Lua. A descoberta, aliás, foi falsamente atribuída ao astrônomo John Herschel e a polêmica foi tamanha que outros jornais começaram a reproduzir a notícia. O verdadeiro autor precisou confessar a mentira.

Guerra dos Mundos Na véspera do Dia das Bruxas de 1938, o ator e diretor Orson Welles produziu um programa de rádio onde dramatizou uma invasão alienígena na Terra. Há relatos de que muitos nova-iorquinos se desesperaram a ponto de deixarem suas casas.

História reescrita À época do governo Stalinista na URSS, uma prática comum adotada era retirar inimigos da história oficial do país. Uma série de instantâneos mostra que camaradas que perderam a simpatia do líder foram apagados das imagens oficiais.

Abordagem multidimensional

A questão da desordem informacional é um problema com o qual ainda teremos que lidar durante um tempo, observa o professor associado da Universidade Harvard e titular aposentado do Departamento de Ciência da Computação da UFMG Virgilio Almeida. “Não há solução a curto prazo, uma bala de prata que vai dar um tiro nesse mal e matá-lo. Nem vai ser uma lei a resolver, isso não foi encontrado em lugar nenhum. O processo é amplo, envolve a sociedade e pressupõe que se tenha mais cuidado ao repassar as notícias, algo que tem a ver com o que é chamado de alfabetização midiática”, diz.

O desenvolvimento de tecnologias que possam barrar a disseminação das notícias falsas também é um aspecto importante, assim como a proteção de dados. Há indícios de que nas recentes eleições da França e da Alemanha a desordem informacional foi quantitativamente menor e menos eficaz porque esses países têm regras que dificultam a coleta de dados pessoais. Em maio, entrará em vigor, na União Europeia, a Regulação Geral de Proteção de Dados, conjunto de medidas restritivas nesse campo. No Brasil, há anos existe o debate de uma Lei Geral sobre Proteção de Dados Pessoais. Há projetos na Câmara e no Senado.

De novo, vale frisar que essas ações, isoladas, são insuficientes. “A Comissão Europeia apresentou, recentemente, uma proposta cujas linhas de atuação trazem uma abordagem multidimensional. Acredito que seja um bom exemplo para o Brasil discutir e adaptar às nossas características”, afirma.

Legislação

Somente este ano, quatro Projetos de Lei (PLs 9.554 / 9.626 / 9.884 / 9.838) foram apresentados no Senado, no sentido de alterar o Código Penal para incluir uma nova tipificação a quem oferece, publica e difunde notícias falsas. Há outros projetos tramitando também na Câmara dos Deputados. 
Focar na criminalização da veiculação e compartilhamento das notícias falsas, no entanto, parece não ser o caminho ideal. “A redação desses projetos é bem vaga, o que é uma dificuldade porque a própria definição de fake news ainda não é consenso. Além disso, já existem mecanismos de reparação e solução para quem produz calúnia, injúria, difamação”, explica Luiza Brandão, bacharel em direito e diretora do Instituto de Referência em Internet e Sociedade (Iris).

Para ela, o viés não deve ser o de criminalização, mas de criação de políticas públicas para promover, de fato, a inclusão digital. “O viés punitivo por si só não tem a função de educar a sociedade. O uso da internet de forma consciente é o mecanismo para o combate às fake news. A simples conexão com a internet não se trata de inclusão digital, as potencialidades são maiores, têm a ver com acesso ao conhecimento, expressão do pensamento e exercício da cidadania por meio da web”.

Alfabetização midiática

O fenômeno das fake news de fato abriu o debate sobre a necessidade d alfabetização midiática, observa Nuria Fernández-García, doutora em jornalismo pela Universidade Autônoma de Barcelona. “Há estudos que mostram que quem realiza cursos de alfabetização midiática incrementa sua habilidade para entender, avaliar e analisar as mensagens da mídia. Por isso, diferentes iniciativas demandam a sua inclusão no currículo escolar”, comenta ela, mencionando ações como o Project Look Sharp ou o News Literacy Project, ambos dos EUA. Para ela, meios de comunicação e jornalistas, além de plataformas tecnológicas como Facebook, Google e Twitter devem fomentar o pensamento crítico. Para além disso, ela diz, é preciso formação permanente, e não só nas escolas. 

Não bastasse, é cada vez mais indispensável que se ensine, nas escolas, competências sobre como funciona o preconceito, aponta o diretor de divulgação científica e professor do departamento de sociologia da UFMG, Yurij Castelfranchi. “É preciso avisar à pessoa que se ela concorda plenamente com uma notícia, é dela que precisa duvidar. Se odeia um político e vê uma notícia de que ele é culpado, aí é que deve checar duas vezes”. O professor aponta como essencial a consciência de que todos têm posicionamentos morais e políticos – e eles são muito poderosos sobre nossa maneira de ver o mundo. “Saber que cada um tem uma perspectiva parcial do mundo ajuda a pessoa a ser mais humilde, menos confiante, dogmática nas verdades que difunde. Essa habilidade é fundamental. Temos que aprender a duvidar das verdades profundas que temos no peito e entender que o diálogo é bom – nem sempre significa encarar um outro que é incapaz, bandido”, diz. 

Ele observa que, na polarização, as pessoas se fecham na sua bolha porque o outro não merece nem a troca de duas palavras. “Assim, as bolhas passam a construir notícias falsas cada vez mais brutais. Temos que furar as bolhas, reaprender a dialogar e duvidar um pouco mais de nossas certezas”, conclui.

Diretrizes da comissão europeia

Transparência Obter maior transparência na divulgação de notícias on-line, inclusive em relação a como os dados pessoais são usados para direcionar informações aos leitores;

Educação Promover competências em educação para a mídia (“media literacy”), a fim de auxiliar usuários a navegar num mundo com superabundância de informação;

Instrumental Desenvolver instrumentos e ferramentas para que jornalistas, aliados a cidadãos, possam combater a desinformação

Ambiente Impulsionar a diversidade e a sustentabilidade dos meios de comunicação;

Pesquisa Estimular estudos continuados sobre o impacto da desordem informacional, tratando deles com análises científicas.

Dicas para identificar notícias falsas

Desconfiança Não acredite em absolutamente nada que vem escrito “repasse” ou “compartilhe”. Se aquilo for realmente “repassável” ou “compartilhável”, a própria informação deveria ser capaz de promover essa vontade no leitor.

Veículo O veículo é confiável? Existem vários sites de humor e outros que tentam nos induzir ao erro, utilizando fontes ou logos similares às de jornais conhecidos. 

Publicidade Há excesso de propagandas em uma página? Se sim, desconfie. Muitos desses sites buscam o chamado “clickbait” – ou o clique atraído pela manchete sensacionalista –, e, quanto mais audiência o site tiver, mais dinheiro de publicidade será gerado para seu dono.

Fonte Se a reportagem não citar fontes, desconfie. A notícia é bombástica, mas a investigação não aparece? As chances de essa informação não ser confiável são grandes.

Muito barulho O sensacionalismo exacerbado nunca é bem visto em um conteúdo puramente jornalístico. Se a notícia quer fazer muito barulho a todo custo, usando adjetivos em excesso, desconfie mais uma vez. Isso não é jornalismo, é opinião ou notícia falsa.

Cópia O texto foi copiado e colado, e você não consegue acessar a fonte original? Há grandes chances de ele ser falso.

Pesquisa “Estudos dizem”... sem citar qual é o estudo é o mesmo que nada. Falar a fonte significa honestidade com o leitor; então, se um estudo “inexistente” diz algo, é bom desconfiar.

Doação “O Facebook vai doar US$ 1 para a família toda vez que esse link for compartilhado”. Não, o Facebook ou o Google ou o Twitter não darão nada – se estiverem envolvidos em alguma ação, você certamente saberá por vias mais conhecidas e confiáveis. Nunca recorrerão a campanhas de compartilhamento em grupos de WhatsApp.

Conspiração Algo é muito importante, mas ninguém conhece? Num caso isolado, por exemplo, uma mulher teria descoberto a cura do câncer em 1951, mas “eles escondem isso de você”. A não ser que o leitor seja adepto de teorias da conspiração, não há por que uma informação dessas ser escondida do mundo.

Fonte: Gregório Fonseca, engenheiro de software e pesquisador de fake news

Site de combate visa eleição

A proximidade das eleições de 2018 tem deixado muita gente preocupada, na medida em que o debate político pode ser influenciado pelas fake news. Tanto que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tem trabalhado em parceria com empresas de tecnologia e pesquisadores do tema e deve divulgar em breve diretrizes sobre o assunto, de modo a evitar a influência de conteúdos mentirosos no debate eleitoral.

Foi pensando nisso que, na última semana, foi lançado pela UFMG o projeto Eleições Sem Fake. Coordenador da iniciativa, o professor do Departamento de Ciência da Computação da universidade Fabrício Benevenuto explica que o projeto nasceu de um esforço para evitar que o que aconteceu nas eleições norte-americanas se repita por aqui. “Em vez de estudar o fenômeno após ele acontecer, apresentar um artigo científico que resolveria o problema depois que ele já aconteceu, decidimos colocar no ar ferramentas de prevenção baseadas na experiência dos Estados Unidos”, afirma.

O site contempla cinco sistemas que possibilitam a jornalistas, analistas, cientistas políticos ou a outros interessados acessar dados de audiência de políticos, audiência e perfis de jornais e monitorar comportamentos suspeitos no Twitter e Facebook. Outros dois sistemas devem ser lançados nos próximos meses. 

Uma das ferramentas parece ser crucial para que haja transparência no modo como os políticos farão suas campanhas online – o Monitor de Anúncios no Facebook. Como um dos traços mais marcantes das eleições dos EUA foi o uso abusivo de anúncios contendo notícias falsas sobre candidatos impulsionadas por grupos russos, a ferramenta visa monitorar a dinâmica do impulsionamento de campanhas no Brasil.

“O usuário instala um plugin em seu navegador que envia para o nosso servidor as propagandas vistas por ele”, explica Benevenuto. “Se acontece de um grupo fazer propaganda com fake news, nós conseguiremos identificar. Dá pra saber também se uma pessoa física fizer muita propaganda para algum candidato, o que pode ser indício de caixa dois, não pode ser feito desse jeito. A própria existência da ferramenta pode ser um inibidor de comportamentos maliciosos, por isso é importante o maior número de pessoas instalar os plugins”.

Checagem

Outra ferramenta importante nesse processo é o chamado fact-checking, ou checagem de fatos. O portal Aos Fatos é um dos projetos que atuam nesse sentido no Brasil. “A iniciativa nasceu para checar discursos de autoridades, suas falas em debates. Mas já fizemos e temos intensificado o trabalho de checar fake news, correntes de whatsapp. Fizemos bastante no caso da Marielle (Franco) e vamos trabalhar bastante com isso nas eleições”, explica Bárbara Libório, repórter de Aos Fatos. 

A equipe verifica a informação e a classifica em diferentes categorias como verdadeira, imprecisa, exagerada, contraditória. “Seria muito mais fácil se fosse só verdadeiro ou falso, mas há muitas nuances. Classificamos com nossos selos e entregamos para o leitor chegar a suas próprias conclusões”, afirma.

Conheça as ferramentas do projeto Eleições sem fake

Iniciativa O site Eleições Sem Fake (www.eleicoes-sem-fake.dcc.ufmg.br) provê diferentes ferramentas para a análise de dados na internet, veja quais são:

Monitor de Anúncios no Facebook Por meio da instalação de um plugin no navegador, o usuário fornece dados para que seja possível monitorar as propagandas impulsionadas no Facebook.

Bot ou Humano A ferramenta permite identificar se trending topics (expressões mais comentadas) foram forjadas por robôs. 

Notícias Lado a Lado Permite a comparação da cobertura do mesmo assunto por diferentes veículos.

Audiência dos Políticos no Facebook Apresenta aspectos demográficos e comportamentais de seguidores de vários políticos no Facebook.

Audiência dos Sites de Notícias Fornece dados demográficos da audiência de vários desses sites de notícias no Facebook. 

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