O retrato de uma família atual revela: a mãe vai trabalhar, enquanto o pai realiza tarefas domésticas. Longe de parecer irreal, a inversão de papéis entre homem e mulher é cada vez mais comum - mesmo no Brasil - e indica que diminuem as diferenças de gênero numa sociedade que caminha, ainda que a passos lentos, para rever conceitos e aparar arestas da desigualdade.

No lugar da moça criada essencialmente para se casar e servir ao marido e filhos ou do estereótipo da feminista da década de 60, que procurava reproduzir o referencial masculino na busca pela igualdade de direitos, surge a alfa. Ela é uma mulher formada sim para a independência, mas ultrafeminina, que faz as próprias escolhas, concilia uma série de atividades antes vistas como antagônicas e tem o sonho de encontrar um parceiro. No outro lado da moeda, surge o homem beta, sujeito sensível, companheiro e participativo no lar.

Desapegado das disputas ferrenhas por poder, ele é aberto ao diálogo, adepto às tarefas domésticas e não se inibe em assumir erros e dificuldades. A denominação para o novo comportamento dos gêneros remete ao alfabeto grego e à biologia. Alfa representa a liderança e competitividade, características que antigamente designavam o típico chefe de família. Já beta seria a letra que representa o campo das emoções, da fragilidade. Nesta balança invertida, especialistas avaliam uma trajetória que tende ao equilíbrio, na qual ambas as partes devem sair ganhando.