ARTES CÊNICAS

Três mulheres, uma história 

A obra artística de Clarice Lispector, Frida Kahlo e Edith Piaf encontram-se no espetáculo Três Mulheres e Um Bordado de Sol, em cartaz 4 e 5 de março

Por Lara Alves
Publicado em 25 de fevereiro de 2017 | 03:00
 
 
 
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Se o espetáculo fosse escrito por Clarice Lispector, começaria com uma vírgula. Se delineado por Frida Kahlo, teria pinceladas verdes e vermelhas. E se produzido por Edith Piaf, seria inteiramente cantado. No entanto, no espetáculo “Três Mulheres e Um Bordado de Sol”, o cenário se altera, pois o bailarino e diretor da Compassos Cia de Dança, de Recife, Raimundo Branco, abraçou a história e a arte das três – e decidiu traduzi-las por meio do movimento dos corpos, dos passos de dança e das encenações teatrais.
 
Com a bagagem recheada de histórias a serem dançadas e interpretadas para duas apresentações inéditas na cidade, a companhia recifense ocupa, no próximo final de semana, o palco do Grande Teatro do Sesc Palladium, como parte do programa “Pauta em Movimento”, do Sesc Palladium, que leva ao público apresentações de dança contemporânea.
 
A potência dos corpos em cena reconta mais que o acidente que perfurou o corpo da pintora mexicana, a força da cantora francesa e as profundezas e amargores da escritora quase brasileira (Clarice Lispector é ucraniana de nascença). Branco conta que foi necessário amalgamar as histórias pessoais de cada bailarina-atriz com a das artistas e, a partir dali, cada mulher criar e recriar sua história no mundo. “É como se fosse uma grande conversa, como se as três personalidades se sentassem para conversar sobre suas experiências. E era importante que as atrizes também falassem sobre a própria vida”.
 
O espaço do palco não deixa o público distante da história. Cada pessoa, na plateia, é também uma personagem do grande baile de histórias que se inicia e se finda no espetáculo. Todos são convidados a se misturar com as três mulheres e com o corpo de baile através de suas reminiscências.
 
Para dançar 
 
E, se é para cantar, a trilha sonora é primorosa, garante Branco. “Nós trazemos uma colagem com Jacques Brel, Michael Nyman, sons do filme da Frida, de Piaf... Procurei traçar uma conversa por meio da trilha, ela tem um percurso definido, cria temperaturas, sensações”, explica o bailarino e diretor.
 
Três Mulheres e Um Bordado de Sol
Grande Teatro do Sesc Palladium 
(r. Rio de Janeiro, 1046, centro). Sábado. (4), às 21h; domingo (5),às 20h. R$ 10 (inteira); R$ 4 (comerciário).

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