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Campanha Agosto Branco faz alerta sobre câncer de pulmão

Estimativa do INCA é que até o fim de 2020 surjam 30 mil casos no país


Publicado em 14 de agosto de 2020 | 03:00
 
 
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Neste mês acontece em todo país a campanha Agosto Branco, que tem como objetivo a prevenção e a conscientização do câncer de pulmão. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), no Brasil, apesar de a doença ser o terceiro tumor com maior incidência na população masculina, ela é a primeira em mortalidade. Na mulher brasileira, esse tipo de câncer é o quarto em incidência e o segundo em mortalidade. A estimativa da instituição é de que, até o fim de 2020, surjam mais de 30 mil novos diagnósticos da doença no país.

O termo câncer do pulmão ou carcinoma broncogênico se refere a tumores malignos originários dos brônquios ou do tecido pulmonar.

A principal causa deste tipo de câncer é o tabagismo, responsável por cerca de 90% dos tumores. Porém, pessoas que nunca fumaram também poder ter a doença devido a outras causas como radiação prévia do tecido pulmonar para tratamento de linfomas, por exemplo, fibrose pulmonar, infecção por HIV, fatores genéticos e por ser fumante passivo.

Em muitos casos, não há sintomas, porém, dentre os principais sinais que precisam de atenção estão a tosse, perda de peso, dor no peito, a presença de sangue no catarro e a falta de ar.

De acordo com o oncologista e um dos diretores da Oncomed, Roberto Porto Fonseca, a maioria dos pacientes diagnosticados já estão em estado avançado da doença. “Isso é reflexo da biologia agressiva desse tipo de câncer. Além disso, de um modo geral, quando ele aparece, o paciente já se encontra em um estágio mais adiantado", afirmou.

Ainda segundo Fonseca, o melhor e mais eficaz método de combater a doença é por meio da prevenção primária, evitando o tabagismo. "Para os fumantes, a interrupção do hábito de fumar leva a uma redução progressiva da incidência da doença. Vale ressaltar que nunca é tarde para parar de fumar. Além disso, é importante manter uma alimentação saudável, realizar atividade física, evitar a obesidade e não consumir bebida alcoólica. Essas são as melhores armas contra a doença".

Formas de diagnóstico e tratamento

O diagnóstico do câncer de pulmão é realizado após avaliação clínica do médico e de exames complementares de imagem e o chamado histopatológico que permitem a confirmação do diagnóstico. O médico pode solicitá-los depois de uma avaliação clínica dos sintomas e do histórico do paciente.

Depois de confirmar a presença do câncer no pulmão, é feito o estadiamento para estabelecer em que estágio evolutivo a doença se encontra. Para isso, podem ser feitos outros exames. A partir daí, o médico vai determinar a estratégia mais adequada para o tratamento, que pode envolver remoção cirúrgica, quimioterapia, radioterapia ou a combinação desses procedimentos. Tudo isso vai depender do estágio e das condições físicas do paciente. No entanto, pelo fato de o câncer de pulmão permanecer assintomático por um bom tempo, ele, muitas vezes não é diagnosticado em fases iniciais. Por isso, existem estratégias de rastreamento da doença para indivíduos assintomáticos pertencentes a grupos de risco, como fumantes. A utilização, por exemplo, da tomografia computadorizada, com baixa dose de radiação, em pacientes com alto risco para câncer do pulmão, pode ser eficaz no diagnóstico do câncer em fase mais precoce, aumentando as chances de cura. Já o tratamento do paciente depende da extensão da doença no organismo, da histologia e do estudo genético.

Descoberta da doença por acaso

O agricultor José Januário Carneiro Neto, 66 anos, está radiante e ansioso. É que, na próxima semana, ele sairá de Ubá, em direção à Belo Horizonte para fazer sua última sessão de quimioterapia. Após sofrer um enfarte em 2017, ele apresentou uma tosse persistente e, em um exame de imagem descobriu um tumor no pulmão. “Não senti nada de muito diferente e, se não fosse pelo exame que fiz para tratar do problema cardíaco não teria tido o diagnóstico tão precoce. Fumei muito tempo, mas quando descobri o tumor já havia parado há 23 anos”, pontuou. Poucos dias após receber o diagnóstico, o agricultor passou por uma cirurgia e iniciou o tratamento na Oncomed. “Fui muito bem cuidado por toda a equipe, que é muito humanizada. Os médicos sempre me deram todo suporte, mesmo fora dos dias de consulta”, ressaltou.

Ações

Experiências. Além de promover uma campanha de conscientização antitabagismo para o público, a Oncomed vem realizando encontros virtuais entre profissionais da área.

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