A pandemia de coronavírus exigiu que mudássemos nossa forma de ver o mundo e de executar atividades das mais cotidianas. Uma simples ida ao mercado hoje exige um cuidado que não tínhamos até bem pouco tempo atrás. Pense nisso em um ambiente como a região afetada pelo rompimento da barragem I, da Vale, em Brumadinho. O esforço para que as atividades possam continuar a ser executadas, seja para as comunidades atingidas seja para a recuperação do meio ambiente atingido é imenso.
Neste especial, a Vale traz algumas das principais iniciativas que seguem sendo conduzidas na região. “Nosso maior e principal objetivo com a reparação é gerar condições para que o meio ambiente possa se recuperar e permitir que as pessoas, tanto as diretamente atingidas como a população daquela região, possam receber as indenizações pelo que fizemos. Mas também queremos deixar um legado de desenvolvimento para Brumadinho e bacia do Paraopeba”, enfatiza Marcelo Klein, diretor especial encarregado pela Vale para chefiar a equipe envolvidas nas diversas frentes da Reparação.
Mesmo com as limitações impostas pelo novo coronavírus, a Vale segue empenhada nas ações para conter e minimizar os impactos causados pelo rompimento da barragem da mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, em janeiro de 2019. No foco das intervenções está a recuperação ambiental das áreas degradadas.
Confira o vídeo:
Rio Paraopeba mostra os primeiros sinais de recuperação
Algumas frentes de trabalho seguem ativas para a manutenção de importantes obras emergenciais concluídas no fim do ano passado, como o dique 2, as barreiras hidráulicas filtrantes, além das duas estações de tratamento de água, sendo uma para o Ribeirão Ferro Carvão e outra para a Dragagem do rio Paraopeba, além da estabilização de outras duas barragens existentes na área do rompimento (Menezes II e B6).
“Essas obras foram fundamentais para interrompermos o carreamento dos rejeitos e para darmos seguimento nas demais obras visando sua remoção”, afirma o engenheiro Rogério Galvão, gerente executivo da Reparação.
Desde janeiro de 2019, quando do rompimento da B1, a Vale quase quadruplicou o número de pontos de monitoramento da qualidade da água do rio Paraopeba, incluindo seus principais afluentes, com coletas periódicas de amostras da água e do sedimento para análises de diversos parâmetros, como a presença e quantidade de metais, pH, além da turbidez da água.
“A turbidez média da água do rio Paraopeba, de maio pra cá é de 50 NTUs. Hoje, a turbidez do efluente da ETAF ela chega a 5 NTUs. Água praticamente cristalina”, destaca Galvão.
Para rios de água doce classe 2 como o Paraopeba, a Deliberação Normativa Conjunta COPAM/CERH-MG nº 01/08 estabelece como parâmetro o limite máximo de 100 NTUs para turbidez da água. Desde o início da operação da estação, em maio do ano passado, já foram tratados mais de 14 bilhões de litros de água do ribeirão Ferro Carvão.
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A Etaf Iracema consegue filtrar até 2 milhões de litros de água por hora, o equivalente a 20 piscinas olímpicas por dia. Para isso, grandes máquinas seguem dragando o rejeito. Após a separação, o material sólido é desidratado e armazenado em grandes bolsas geotêxteis.
A água drenada dessas bolsas é bombeada para Etaf Iracema, onde é tratada e posteriormente retorna limpa ao rio Paraopeba. “Neste momento, a gente também segue com obras de estabilização dos quase 2 milhões de rejeitos remanescentes dentro da área da B1, onde ocorreu o rompimento”, pondera Galvão.
A destinação final dos rejeitos
Segundo Rogério Galvão, um dos esforços da Vale inevitavelmente interrompidos por conta da pandemia do novo coronavírus foi o trabalho de manejo de outros 7 milhões de rejeitos de minério, que deve ser retomado ainda neste mês com o previsto retorno da operação do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais na área do rompimento.
De acordo com a Vale, o material remanescente do rompimento da barragem B1 será depositado na cava de Feijão, ação já autorizada pela Agência Nacional de Mineração (ANM) e pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad).