As articulações para a sucessão da presidência da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) chegaram até ao prefeito reeleito Fuad Noman (PSD). Em busca de viabilizar a candidatura do líder do governo, Bruno Miranda (PDT), o prefeito ligou para o 1º vice-líder, Wagner Ferreira (PV), na última sexta-feira (27 de dezembro), para tentar sensibilizá-lo a apoiar Miranda.    

O TEMPO apurou que Fuad, que ainda está debilitado em razão de um quadro de sangramento intestinal que lhe deixou internado por quatro dias, entrou em contato com Wagner por meio do vice-prefeito eleito Álvaro Damião (União). Ao lado do prefeito, ele ligou para o vice-líder, que apoia a candidatura de Juliano Lopes (Podemos), e disse que Fuad queria falar com ele. 

Fuad, então, pediu a Wagner que ajudasse tanto Damião, alçado à Secretaria de Governo após a queda de Anselmo José Domingos na última sexta em meio a acusações de trabalhar por Lopes, quando Miranda. O vice-líder pontuou que estava conversando com o candidato da prefeitura à presidência da CMBH, mas reiterou que já havia dado a palavra ao adversário de Miranda.     

Apesar do alinhamento de Wagner a Lopes, interlocutores da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) ainda esperam convencê-lo a apoiar Miranda até a próxima quarta (1º de dezembro), quando a eleição ocorrerá. Além do vereador exercer a vice-liderança do governo, eles lembram do apoio de Wagner à reeleição de Fuad a despeito de o PV apoiar formalmente a candidatura de Rogério Correia (PT).

Assessores de Fuad ainda questionam por que Wagner, ao contrário de vereadores do PT e do PSOL, por exemplo, está ao lado de um candidato à presidência da CMBH apoiado pelo PL. Os seis vereadores eleitos pelo partido - Pablo Almeida, Vile, Uner Augusto, Sargento Jalyson, Marilda Portela e Cláudio do Mundo Novo - já declararam apoio a Lopes. 

O vice-líder do governo, por sua vez, teria dito a pessoas próximas nos últimos dias que há uma “falsa polarização”, já que, a nível federal, por exemplo, ambos apoiam Hugo Motta (Republicanos-PB) para a presidência da Câmara dos Deputados. A intenção do vereador seria garantir um cargo na Mesa Diretora para a ala de esquerda. 

Wagner defende que a PBH lançou um candidato à presidência da CMBH em cima do natal, às vésperas do Natal, depois de ter sinalizado que não entraria na disputa. A interlocutores, o vice-líder do governo teria justificado que a garantia de Fuad que não lançaria um nome o levou a aderir a Lopes.

Procurados, Wagner e Damião não atenderam às tentativas de contato da reportagem. Tão logo se manifestem, os posicionamentos serão acrescentados na matéria.