Deputados estaduais da oposição apresentaram, nesta terça-feira (03 de dezembro), uma denúncia formal ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) acusando precariedade na frota de rabecões da Polícia Civil do Estado. Segundo os nove parlamentares que assinaram a ação, o problema estaria causado atrasos na remoção de corpos e impacto nas investigações criminais, além de sofrimento às famílias das vítimas.
A denúncia foi elaborada com base em informações do Sindicato dos Servidores da Polícia Civil de Minas Gerais (Sindpol), que revela que apenas um dos sete rabecões disponíveis está em funcionamento. Os veículos são responsáveis pelo atendimento a 50 municípios, incluindo Belo Horizonte e Betim. Segundo o Sindpol, seriam necessários pelo menos 14 rabecões para atender à demanda da região e, com a frota atual, os atrasos nas remoções chegariam a superar 12 horas, prejudicando o andamento das investigações e a preservação de provas nos casos de morte violenta ou suspeita.
“A falta de veículos adequados para o transporte de corpos em casos de morte violenta ou suspeita está comprometendo a eficiência das investigações criminais, além de causar profundo sofrimento às famílias das vítimas. Conforme apurado, seis dos sete rabecões da PCMG, que atendem a 50 municípios mineiros, incluindo Belo Horizonte e Betim, encontram-se inoperantes. Essa grave deficiência tem levado a um colapso no sistema de remoção de corpos, com espera superior a 12 horas para a realização desse procedimento essencial”, afirma a denúncia dos deputados da oposição.
O documento também cita as más condições dos veículos que estão em uso, com problemas como falhas nos freios, sirenes e giroflex. Em alguns casos, os policiais teriam sido obrigados a improvisar reparos para concluir os serviços, expondo-se a riscos. “A situação é tão grave que, em um caso recente, um rabecão quebrou durante um atendimento e o policial responsável precisou improvisar um reparo para conseguir levar o corpo até a capital. Essa falta de condições de trabalho expõe os profissionais da segurança pública a riscos e compromete a qualidade do serviço prestado à sociedade. Além da escassez de veículos, os rabecões que estão em funcionamento apresentam um estado de sucateamento alarmante, colocando em risco a vida de investigadores e policiais”.
Na próxima sexta-feira (6 de dezembro), a Comissão de Segurança Pública vai realizar uma audiência pública na Assembleia Legislativa para debater a crise envolvendo os rabecões. Foram convidados para prestar esclarecimentos a Secretária de Estado de Planejamento e Gestão, Luísa Barreto, o Secretário de Estado de Governo, Gustavo Valadares e o Superintendente de Investigações e Polícia Judiciária, Julio Wilke. O governo de Estado e a Polícia Civil foram questionados sobre a ação, e essa reportagem será atualizada assim que o posicionamento for enviado.