O vereador de Belo Horizonte Wagner Ferreira (PV) criticou a falta de união das candidaturas de esquerda para as eleições à prefeitura da cidade em outubro deste ano. Ele foi o entrevistado do Café com Política, da FM O TEMPO 91,7, nesta quarta-feira (14 de agosto).

O parlamentar pontua que os registros de candidaturas na Justiça Eleitoral mostram a divisão da esquerda. Na avaliação dele, isso é um erro. “Acho que teria que ter tido mais pé no chão, olhar a realidade da cidade, muita gente não avaliou isso. E a pesquisa DATATEMPO (TRE-MG: 08627/2024) de hoje é preocupante para o campo progressista da cidade porque pode ficar de fora do segundo turno mais uma vez. Faltou conversa, o processo foi equivocado”, declarou. 

Wagner Ferreira considerou que ainda dá para “corrigir a rota”, mas isso só seria possível em um eventual segundo turno. Caso não haja vencedor em primeiro turno, o vereador acredita que não há uma oposição ao nome de Fuad Noman (PSD) em um cenário de embate direto. 

“Não há resistência ao prefeito Fuad. Se ele for para o segundo turno, é uma possibilidade de estar todos (de esquerda) unidos na candidatura dele. Nosso partido, o PV, faz parte da gestão de Fuad, o PDT tem a liderança de governo na Câmara e tem seus candidatos, mas, na nossa federação, é o candidato Rogério Correia. Ele é o nosso candidato, mas tem esse processo e caminhada, não tem oposição ao Fuad não”, pontuou. 

Mauro Tramonte 

Sobre a última pesquisa DATATEMPO, divulgada nesta quarta-feira, indicar a liderança de Mauro Tramonte (Republicanos) nas intenções de voto, Wagner Ferreira considerou que o candidato é “um biscoito de polvilho”. Faz muito barulho, mas vai cair. Tem que ter serviço prestado, ele é muito conhecido em Belo Horizonte, mas vai ‘flopar’. Os demais estão tecnicamente empatados. Quando você olha a espontânea, o prefeito Fuad está à frente. Começa a campanha na sexta-feira (16) e acredito vai fortalecer e os candidatos vão disparar, mas acho que quem está na liderança chegou no teto”, avaliou. 

‘Erro gravíssimo de Kalil’

Durante a entrevista, Wagner Ferreira considerou a retirada de poderes das regionais da cidade como “um erro gravíssimo de Alexandre Kalil”. Na visão do vereador, as regionais conhecem os problemas da população e dos bairros e tinham autonomia para solucionar algumas questões. 

Para Wagner Ferreira, retirar a autonomia não funcionou e “atrasou a vida da população”, que agora precisar ir até a sede da prefeitura, na avenida Afonso Pena, o que gera um gasto com deslocamento e não quer dizer que o problema será solucionado. Segundo o vereador, isso gerou também um constrangimento aos administradores regionais, que não conseguem dar resposta às demandas.

A entrevista foi concedida aos jornalista Guilherme Ibraim e Thalita Marinho.