O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e outros chefes de Executivos estaduais de direita estarão no Rio de Janeiro nesta quinta-feira (30/10) para prestar apoio a Cláudio Castro (PL), após a megaoperação policial contra o Comando Vermelho, que deixou mais de 100 mortos na capital fluminense. O encontro, marcado para 18h, deve resultar na criação de uma frente de cooperação entre estados para enfrentar o avanço das facções criminosas.

Em pronunciamento divulgado nessa quarta-feira (29/10), após uma reunião on-line entre os governadores, Zema criticou o governo federal nas conduções das ações contra o crime organizado no Brasil.

“Foram apreendidas centenas de armas, drogas e munições. E nós temos de lembrar que o Rio de Janeiro não produz armas nem drogas. Isso veio de onde? Do exterior. E nós sabemos que cabe ao governo federal zelar pela segurança das fronteiras”, diz Zema. “Me parece que nós, governadores, temos carregado o ônus da ineficiência do governo federal que não faz essa vigilância adequada. E quando é convocado a participar de uma operação de combate ao crime organizado, se nega a mandar ajuda.”

A fala do governador de Minas Gerais ocorre um ano após ele não ter comparecido a Brasília para um encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e governadores para discutir a proposta de emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública. Na ocasião, Zema justificou a ausência na reunião afirmando que “debate não faz o crime cair”.

Reforço

No pronunciamento desta quarta, Zema complementou que determinou reforço das forças de segurança, em especial, nos limites de Minas Gerais com o Rio de Janeiro para evitar que o estado seja afetado pela operação. Ainda no material, o governador culpa o “governo do PT” pelo crescimento das organizações criminosas no país e defende o projeto de lei que quer classificar facções e milícias como terrorismo.

“Essa medida precisa se transformar em lei, porque a partir do momento que as facções forem consideradas terroristas, que o que elas realmente são, nós vamos obrigar o governo federal e todo o seu aparato a agir”, diz o governador. “Precisamos de punições mais rígidas para os líderes das facções e isso passa por uma mudança de legislação e uma atuação forte do governo federal, precisamos realmente dar um basta”, complementa.