O prefeito em exercício de Belo Horizonte, Álvaro Damião (União), disse, nesta sexta-feira (21 de fevereiro), que irá pedir ao governo Romeu Zema (Novo), que deixe a prefeitura da capital cuidar da gestão do trecho da MG-010 dentro da capital mineira. O chefe do executivo municipal disse que esta é sua estratégia para garantir que não existam cobranças de pedágios dentro dos limites de Belo Horizonte, que inclui a chegada à Cidade Administrativa.
“Sou contra a praça de pedágio da MG-10. No trecho que passa por Belo Horizonte, tenho uma proposta, vou enviar um ofício ao governo propondo municipalizar o trecho que está dentro da capital, o que depende de nós será feito, sem pedágio em Belo Horizonte”, disse o prefeito em suas redes sociais.
Segundo o prefeito, a ideia de municipalizar o trecho surgiu após a consolidação do projeto do governo Zema que quer privatizar a MG-010, incluindo trecho da “Linha Verde”, entre Belo Horizonte e o aeroporto de Confins. “Municipaliza esse trecho que está dentro de BH e a prefeitura cuida sem pedágios. Pedágio em Belo Horizonte não”, afirmou o prefeito.
Ele conta que estava sendo muito questionado sobre o tema e diz que a ideia deve ser apresentada formalmente em um ofício da prefeitura, que será encaminhado ao governo estadual.
Concessão da MG-010
O projeto de concessão do governo prevê 13 pontos de cobrança de pedágio nos 181 quilômetros de diferentes estradas, que cortam 13 municípios da região metropolitana; mas nenhum desses pontos está, conforme projeto, dentro do território de Belo Horizonte.
Uma das pontas do trecho que será concedido começa em Belo Horizonte e vai até Sete Lagoas, atravessando Vespasiano, São José da Lapa, Pedro Leopoldo, Matozinhos e Prudente de Morais. O outro braço da concessão segue para Confins, Santa Luzia, Lagoa Santa e Jaboticatubas, com reflexos ainda em Capim Branco e Santana do Riacho
Desde que a proposta ganhou destaque público, vários parlamentares têm atuado para evitar que sejam instalados pontos de pedágio na região. Na Assembleia, são diversos projetos apresentados pelos deputados estaduais para proibir a cobrança. Na Câmara de Belo Horizonte um grupo foi criado para discutir o tema e tentar uma solução sem pedágios, agora foi a vez do prefeito em exercício da capital se manifestar.
Municipalização do Anel
Caso leve a proposta adiante, será a segunda grande rodovia que corta a capital mineira a passar para a gestão reivindicada pela prefeitura. A primeira, cujas negociações estão avançadas, é o Anel Rodoviário. O acordo para que o governo federal passe o controle do Anel para a prefeitura da capital está avançado e falta que a realização de obras emergenciais, que devem ser feitas pela União antes da municipalização, mas que precisam de recursos que seguem barrados por causa do atraso do Congresso na aprovação do orçamento de 2025.