Entrevista concedida às jornalistas Adriana Ferreira e Letícia Fontes - A vereadora de Belo Horizonte Fernanda Pereira Altoé (Novo) apontou a presença do ex-prefeito Alexandre Kalil (sem partido) na chapa composta por Mauro Tramonte (Republicanos) e Luísa Barreto (Novo) na eleição municipal de 2024 como fator determinante para o afastamento do governador Romeu Zema (Novo) da campanha. Em entrevista ao programa Café com Política, do canal O TEMPO, Fernanda afirmou que a aliança com Kalil impactou negativamente a candidatura, que terminou em terceiro lugar na disputa pelo executivo municipal, apesar de liderar as pesquisas de intenção de voto durante a campanha.
"O Tramonte com a Luísa ficaram em terceiro lugar e eu acredito que eles não foram melhores em função ali do efeito surpresa da aparição do ex-prefeito Alexandre Kalil dando um apoio muito grande ao Tramonte. Eu vejo que o partido Novo e o próprio governador acabaram se recuando um pouco a partir do momento em que Alexandre Kalil apareceu mais do que deveria dentro daquela campanha", afirmou a vereadora.
Para Fernanda, o distanciamento de Zema se deu porque o Novo e Kalil possuem visões políticas opostas. "Alexandre Kalil e partido Novo não se misturam, é igual água e óleo. Então eu acho que o Novo deixou muito à tona de que ele preserva quem ele é, de que ele não vai estar junto daquelas pessoas de quem ele está diametralmente em campos opostos", declarou.
Planos para 2026
Ao comentar sobre o cenário político futuro, Fernanda Pereira Altoé demonstrou otimismo com as eleições de 2026 e mencionou o nome do vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões (Novo), como possível candidato a governador pelo Novo. "Eu acho que nós temos grandes chances aí em 2026 com o professor Mateus dando continuidade ao trabalho do governador Romeu Zema, que inclusive está muito mais bem avaliado que o próprio presidente Lula em Minas Gerais", destacou.
Sobre sua trajetória política, a vereadora afirmou que ainda não definiu se será candidata nas próximas eleições, mas indicou que uma candidatura à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) seria um caminho mais viável. "Eu ainda estou de ressaca da eleição do ano passado, eu ainda estou me recuperando. Eu cumpri o meu primeiro mandato inteiro, é um caminho natural querer alçar voos mais altos e ter uma atuação mais extensa, para além de Belo Horizonte", disse.
Ela também destacou fatores pessoais na decisão sobre o futuro político. "Eu, por questões pessoais, vejo mais uma atuação como deputada estadual. Eu tenho filhos pequenos, são crianças que precisam do meu acompanhamento diário, não faz sentido querer cuidar de Minas Gerais e largar meus dois filhos. E eu acho que uma atuação como deputada federal seria mais complicada para mim como mãe, como mulher, como esposa", explicou.
Por fim, Fernanda reforçou seu compromisso com o partido e com a política como instrumento de transformação. "Meu nome está sempre à disposição para o projeto do partido. Eu estou na política porque eu acredito na política como uma forma de mudança do nosso país. Abri mão de um Ministério Público do Estado de São Paulo, abri mão de uma aposentadoria integral para voltar para Belo Horizonte. Não tô aqui em função de salário, não estou aqui em função de poder, não tô aqui em função de dinheiro", concluiu.