A despeito da possibilidade de a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) ser federalizada, a presidente Luísa Barreto descartou uma nova candidatura. Em entrevista ao Café com Política exibida nesta quinta-feira (19 de junho), a ex-candidata a prefeita e vice-prefeita de Belo Horizonte afirmou que não estará nas urnas nem em 2026, nem em 2028.
Filiada ao Novo, Luísa disse que o futuro não lhe preocupa caso a União absorva a Codemig para abater parte da dívida de cerca de R$ 165 bilhões de Minas. “Eu não tenho qualquer interesse privado nessa negociação e eu não tenho qualquer interesse privado que vá colocar acima do que é o principal, que é apoiar Minas na solução de um problema estrutural”, pontuou ela.
Ex-secretária de Planejamento e Gestão do governo Romeu Zema (Novo), Luísa chegou a lançar uma pré-candidatura à Prefeitura de Belo Horizonte em 2024, mas, após acordo entre o partido e o Republicanos, ela abriu mão da candidatura própria para compor a chapa encabeçada pelo deputado estadual Mauro Tramonte como vice.
Apesar de ter liderado as pesquisas de intenções de voto até às vésperas do 1º turno, a candidatura de Tramonte desidratou e sequer foi para o 2º turno, ficando com 15,22% dos votos válidos. A derrocada ocorreu em meio a atritos internos entre o ex-prefeito Alexandre Kalil (sem partido), que apadrinhou e coordenou a candidatura, e outros integrantes da campanha.
Questionada se não poderia voltar a encabeçar uma nova chapa à prefeitura, como em 2020, quando era filiada ao PSDB, Luísa reiterou que não tem pretensões eleitorais. “Eu entendo que, de fato, eu me encontro melhor no trabalho técnico. Então, participei (das eleições) por uma vontade de ajudar e não está na minha perspectiva (uma nova candidatura). Definitivamente vocês não me verão nas urnas”, reforçou ela.
Presidida por Luísa há quatro meses, Codemig é tratada como o principal ativo para o Estado amortizar 20% da dívida com a União por meio do Programa de Pleno Pagamento da Dívida (Propag). Caso o governo Zema consiga alcançar o patamar, a taxa de juros atrelada ao indexador da dívida, que, hoje, é de 4%, cairá para 2%.