Retomada econômica

Agostinho Patrus prevê que Recomeça Minas seja votado já na próxima semana

Iniciativa capitaneada pelo presidente da ALMG tem como objetivo ajudar na recuperação dos setores econômicos mais atingidos pela pandemia no Estado

Por Pedro Augusto Figueiredo
Publicado em 20 de abril de 2021 | 18:19
 
 
 
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O presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Agostinho Patrus (PV), disse em entrevista coletiva na tarde desta terça-feira (20) que prevê que o Recomeça Minas seja aprovado já na semana que vem e que na sexta-feira (30) esteja nas mãos do governador Romeu Zema (Novo) para a sanção.

O objetivo do Recomeça Minas é promover a recuperação da economia do Estado após o fechamento de empresas e o desemprego gerado pela pandemia da Covid-19.

Para isso, o projeto propõe conceder incentivos tributários para as empresas dos setores mais atingidos ao mesmo tempo que promove uma renegociação de dívidas tributárias para aumentar a arrecadação dos cofres estaduais e bancar as despesas do projeto.

Entre a última quinta-feira (15) e esta terça-feira (20), quando a audiência foi com representantes de Belo Horizonte, os deputados promoveram 16 encontros regionais para ouvir sugestões de participantes de todo o Estado sobre o projeto.  

“Ouvimos trabalhadores, empresários, representantes de trabalhadores e de empresários, dos setores mais sofridos com essa crise. Nós vimos que é importante ouvir para aperfeiçoar o projeto. Por isso, fizemos questão de que o projeto não tramitasse enquanto fizéssemos todas essas escutas”, disse Agostinho Patrus (PV).

“Nós vamos destinar esses recursos aos setores mais atingidos, como o setor de eventos, que está fechado desde o início da pandemia. O comércio mais tradicional também sofreu muito, aqueles que não têm acesso à venda pela internet. Bares, restaurantes. O setor de turismo também sofreu demais. Transporte escolar, já que as escolas estão fechadas. Quem transporta alunos está sem nenhum faturamento. Só para citar alguns mais próximos da população”, completou.

O projeto tem que passar pelas comissões de Constituição e Justiça (CCJ) e Fiscalização Financeira e Orçamentária (FFO), antes de ser votado em primeiro turno no plenário, o que está programado para acontecer na terça-feira (27). Em seguida, o texto retorna para a FFO antes de ser votado em segundo turno no plenário. 

“[Tudo para que] Na próxima sexta-feira [30] o governador possa ter em mãos o projeto e com a urgência necessária levar esse auxílio às empresas que tanto precisam e que neste ano, infelizmente, até agora não receberam nenhum auxílio para manutenção das suas atividades e em especial a manutenção dos empregos dos trabalhadores”, afirmou o presidente da ALMG.

Segundo Patrus, o governador Romeu Zema (Novo) deu sinalização positiva ao projeto, assim como o secretário de Fazenda de Minas Gerais, Gustavo Barbosa, que levou a proposta ao Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz). Os incentivos tributários já foram aprovados no órgão, o que significa que podem entrar em vigor imediatamente após a sanção do governador.

A estimativa é que R$ 2 bilhões sejam arrancados já em 2021 com a renegociação das dívidas das empresas. Outros R$ 5 bilhões de arrecadação são projetados para os próximos três anos. 

Desconto de até 100% em multas e juros de impostos estaduais

O dinheiro virá das empresas que toparem entrar no programa de refinanciamento de suas dívidas tributárias. Está prevista a concessão de 100% de desconto sobre multas e juros para pagamento à vista do IPVA e 50% de desconto sobre multas e juros no caso de pagamento parcelado.

Em relação às dívidas do ICMS, o desconto proposto é de 95% sobre multas e juros no caso de pagamento à vista e de 40% a 90% no caso de pagamentos parcelados.

O Recomeça Minas também propõe 100% de desconto no pagamento à vista sobre multas e juros por dívida da taxa de incêndio e também pelos débitos da taxa de licenciamento de veículos, além de redução do valor do imposto e das multas e juros para o caso do ITCD.

Benefícios fiscais para as empresas

O projeto também propõe uma série de benefícios fiscais e redução de impostos para setores específicos da economia. Um deles é a redução de 50% do ICMS da energia elétrica para hotéis, instituições de ensino, atividades culturais, academias, salões de beleza e serviços gráficos. A estimativa é que a redução do imposto deixe a conta de luz 12,5% mais barata para esses setores.

Já a proposta para os bares e restaurantes é de redução de 50% do ICMS nas operações internas. Assim, a alíquota do imposto seria reduzida de 4% para 2%. A proposta é a mesma para a indústria de vestuário, de calçados e artigos de couro. No caso desses setores, a alíquota do ICMS sobre as operações internas passaria de 12% para 6%.

Para as empresas de transporte terrestre de passageiros, o comando da ALMG propõe a prorrogação do benefício de 0% de ICMS sobre o diesel.

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