Um mês após renunciar à Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), o pré-candidato ao governo de Minas Alexandre Kalil (PSD) planeja uma agenda de viagens às regiões Norte, Rio Doce, Vales do Aço, do Jequitinhonha e do Mucuri. A partir de hoje, Kalil terá cinco meses até o primeiro turno, previsto para 2 de outubro, para fazer incursões pelo interior do Estado a fim de se apresentar ao eleitorado mineiro – seu maior desafio por enquanto.
As cidades por onde vai passar Kalil, assim como as datas, ainda serão definidas pela coordenação de pré-campanha. Os Vales e a região Norte foram definidos como focos porque há o entendimento de que a campanha deve priorizar as regiões mais pobres. Das dez cidades com os menores Índices de Desenvolvimento Humano dos Municípios (IDH-M) em Minas, conforme os dados do Censo de 2010 do IBGE, cinco estão no Jequitinhonha e Mucuri. São elas Catuji, Monte Formoso, Ladainha, Setubinha e Itaipé.
Metas
O objetivo é alinhar a pré-campanha de Kalil à do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em outubro de 2021, Lula chegou a dizer que, quando retornasse a Minas, gostaria de visitar as mesmas regiões. Na época, o ex-presidente disse que Kalil precisaria viajar mais, já que Zema “está viajando muito”. “Não tem uma padaria que ele (Zema) não pare para tomar um cafezinho, não tem um lugar em que ele não entre para comer um pão de queijo”, justificou.
A preferência de Kalil pelo Jequitinhonha e Mucuri também levaria para o ex-prefeito um eleitorado em que Zema teria menos penetração – foi nas duas regiões que o governador teve as menores porcentagens de votos válidos no segundo turno contra o ex-senador Antonio Anastasia, então no PSDB, em 2018. Apesar de ter vencido, Zema somou 59,66% dos votos nas duas regiões (apresentadas como uma só pela Justiça Eleitoral), enquanto Anastasia reuniu 40,34%. A título de comparação, no Alto Paranaíba, onde o governador teve o maior percentual de votos válidos, Zema teve 86,63%, e Anastasia, 13,37%.
O Rio Doce e o Norte também estão entre as macrorregiões onde a vitória de Zema foi menos expressiva. No Norte, enquanto Anastasia registrou 31,44%, Zema somou 68,56%. No Rio Doce, o governador teve 69,97%, e Anastasia ficou com 30,03% do eleitorado. Além disso, das outras cinco cidades com menores IDH-M de Minas, três são do Norte – São João das Missões, Bonito de Minas e Fruta de Leite – e um do Rio Doce – Frei Lagonegro.
Viagens antes de deixar PBH
Desde da renúncia, Kalil fez duas viagens. Em 21 de abril, visitou Pirapora, no Norte, acompanhado de petistas e do presidente da Assembleia Legislativa Agostinho Patrus (PSD), provável candidato a vice em sua chapa.
Na última sexta, ele participou de um evento em Uberaba, no Triângulo. Contudo, Kalil já faz visitas ao interior como presidente da Frente Mineira de Prefeitos (FMP) ao menos desde o último trimestre de 2021. Ele passou por Uberlândia, no Triângulo, Patos de Minas, no Alto Paranaíba, e Viçosa, na Zona da Mata.
A demora na definição do roteiro de viagens pelo interior de Minas de Alexandre Kalil (PSD) diante do avanço do calendário eleitoral seria uma estratégia para dar apenas tiros certeiros, exatamente por causa do prazo curto de campanha diante do tamanho do Estado.
O planejamento é feito com base em um mapeamento do interior, com a ideia de espelhar as tradicionais disputas nas cidades com a eleição ao governo do Estado e apostar nas polarizações municipais – opositores do governador Romeu Zema (Novo) são aliados em potencial de Alexandre Kalil. As visitas seriam articuladas e planejadas com essas lideranças locais.
Coordenação tenta espelhar oposição nos municípios
O município de Patos de Minas, na região do Alto Paranaíba, é um exemplo. O prefeito Luís Eduardo Falcão (Podemos), eleito como outsider (novato na política) na disputa de 2020, teve o apoio de Romeu Zema.
Já Kalil tenta aglutinar lideranças como o antecessor de Falcão, o ex-prefeito José Eustáquio, o candidato a prefeito Arnaldo Queiroz (PSD), o ex-senador Arlindo Porto (PSDB) e o ex-deputado estadual Elmiro do Nascimento (União Brasil).
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