Ética

André Vargas renuncia nesta terça

Pressionado pelo PT, deputado ligado ao doleiro pivô da operação Lava Jato vai deixar o mandato

Por Da Redação
Publicado em 14 de abril de 2014 | 19:57
 
 
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Brasília. Pressionado pelos próprios colegas de partido a desistir de seu mandato na Câmara dos Deputados, o petista André Vargas (PR) vai renunciar ao cargo nesta terça. Um dos petistas que mais se destacaram na defesa dos colegas condenados no mensalão, Vargas caiu em desgraça após a revelação de suas ligações com o doleiro Alberto Youssef, pivô da operação Lava Jato.


“Eu me sinto triste”, contou. Ele negou, porém, que sua decisão tenha sido motivada por pressão de seu partido. Afirmou somente que a renúncia é para preservar sua família e seu filhos.

Embora tenha anunciado em carta na última quarta-feira sua renúncia ao cargo de vice-presidente da Câmara, o deputado André Vargas (PT-PR) ainda não formalizou o desligamento do posto. Segundo a Secretaria Geral da Câmara, para que se efetive a renúncia ao cargo, é necessário que o parlamentar envie uma documentação, o que ainda não ocorreu até nessa segunda.

A Polícia Federal apura esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado de forma ilegal cerca de R$ 10 bilhões. Vargas aparece em diálogos captados pela PF tratando com Youssef de um projeto de interesse do doleiro no Ministério da Saúde. Além disso, conforme o jornal “Folha de S.Paulo” revelou, o petista usou um jato cedido pelo doleiro para passar férias com a família no Nordeste.

Após o caso vir a tona, André Vargas ficou isolado dentro de seu próprio partido e se licenciou do mandato por um período de 60 dias. Depois, anunciou a renúncia ao cargo de vice-presidente da Câmara.

Até a semana passada, porém, ele resistia renunciar a seu mandato. Até àquela altura, a renúncia poderia evitar a cassação, o que, na prática, permitiria a Vargas eventualmente se candidatar de novo nas eleições de outubro. Vargas decidiu renunciar por avaliar que já foi condenado pela Câmara antes mesmo de seu processo ser investigado pelo Conselho de Ética.

“Não tem saída, vão continuar me sangrando até quando?”, indagou ele em entrevista ao jornal “Folha de S.Paulo”. Sobre a Labogen, o laboratório ligado a Youssef, Vargas disse que se interessou “pelo projeto”. “Achei que era bom para o país”, afirmou. “Nunca pedi nenhum favor nem advoguei (para Youssef)”, disse Vargas.

Nessa segunda, o relator do processo disciplinar contra Vargas no Conselho de Ética, Júlio Delgado (PSB-MG), disse que o relatório preliminar de admissibilidade do processo só será apresentado no dia 22.

Protesto
Orquestrado.
Sindicatos de trabalhadores, incluindo petroleiros, entraram nessa segunda na batalha política em torno da Petrobras, em ato realizado na sede da estatal, no centro do Rio.

Trupe. Com apitos, bandeiras e cartazes, diferentes frentes sindicais ligadas ao governo e à oposição fizeram uma batalha de argumentos contra e a favor da CPI proposta no Congresso para investigar as denúncias.

Dividendo. O ato foi convocado pela Força Sindical, ligada ao deputado Paulinho da Força, do Solidariedade. Antes, um grupo de sindicalistas da Central Única do Trabalhador e da Federação Única dos Petroleiros, com apoio de estudantes, deu um abraço simbólico ao prédio

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