A operação realizada na última terça-feira pela Polícia Civil contra o vereador Léo Burguês (PSL) parece não ter abalado a função e o prestígio do líder de governo na Câmara Municipal de Belo Horizonte.
O homem forte do prefeito Alexandre Kalil (PSD) tem mantido, de forma mais discreta, as agendas e o diálogo com os colegas. Anteontem, um dia depois da operação, o parlamentar esteve na sede do Legislativo e confidenciou a alguns vereadores que foi pego de surpresa com a investigação e a apreensão de computadores e celulares.
Segundo a Polícia Civil, o objetivo da operação é apurar informações que Burguês estaria envolvido em supostos esquemas de rachadinha, contratação de funcionários-fantasma e corrupção.
Apesar da “surpresa” relatada pelo líder de governo aos colegas, a Polícia Civil afirmou que o parlamentar era investigado havia mais de um ano.
Logo após a operação, começaram a surgir nos corredores da Câmara boatos de que uma troca na liderança da base governista seria necessária devido ao desgaste sofrido. No Legislativo, houve inclusive o rumor de que membros do Poder Executivo aguardavam uma renúncia da função por Burguês.
Em caso de saída do atual líder, o nome de Wesley Autoescola (PROS) chegou a ser especulado por alguns colegas como o possível novo líder.
Após a poeira baixar, entretanto, o que se vê na Câmara é a manutenção do prestígio de Burguês e poucas chances de mudança. O vice-líder de governo na Câmara, Álvaro Damião (DEM), disse desconhecer os boatos. “O que posso te dizer é que nem sequer foi ventilada a hipótese, pelo menos que eu saiba, de troca na liderança”, afirmou.
Wesley Autoescola rechaçou as possibilidades. “Não ouvi nenhuma conversa a respeito e acredito que o Léo permaneça no cargo”, disse. Questionado se o nome dele foi discutido ou apresentado como uma alternativa na vacância da função, Wesley afirmou que “não tem nada” sendo falado sobre o assunto.
Outro vereador da base de governo afirmou que, se ocorrer alguma mudança, pode ser a partir de terça-feira da próxima semana, quando começam as sessões plenárias de setembro.
"Naturalmente se ele (Burguês) sair, o (vereador) que tem tomado mais à frente das coisas quando tem que defender governo, é o Wesley mesmo. Agora a gente não sabe como será a condução na semana que vem”, disse o político sob condição de anonimato.
Também da base, um vereador ouvido pelo Aparte disse desacreditar na mudança e classificou que o líder tem “feito um trabalho muito bom para a prefeitura”.
Procurada, a Prefeitura de Belo Horizonte disse que não comentaria o caso. A coluna procurou Léo Burguês no gabinete, mas ele não estava nem retornou o contato.