Por 12 votos a favor e apenas 1 contrário, vereadores da Câmara Municipal de Itaúna, na região Centro-Oeste do Estado, decidiram acatar a denúncia que pede a cassação do mandato do vereador Alex Arthur (PSDB), conhecido como Lequinho. A denúncia foi apresentada na Casa por seu suplente, Maurício Aguiar (PSDB). 

Como mostrou o Aparte, no fim do ano passado, em meio à eleição para a Mesa Diretora da Câmara Municipal, supostos áudios em que o vereador estaria tentando comprar o voto de outro colega para o pleito repercutiram nas redes sociais. A denúncia formulada por Aguiar traz que, na conversa, Lequinho teria oferecido ao vereador Iago Santiago (PP), conhecido como Pranchana Jack, a quantia de R$ 20 mil, além de atendimentos jurídicos em um processo por infidelidade partidária. Em troca, o parlamentar do PP deveria faltar à sessão de votação. A ausência, segundo o autor da denúncia, favoreceria a eleição da chapa composta por aliados de Lequinho na Câmara Municipal.

“O denunciado ofereceu a vantagem para obter a abstenção do vereador Iago Santiago de modo a beneficiar diretamente a chapa elaborada pelo vereador Hudson Bernardes (PSC) e composta pelas vereadoras Gláucia (PSB), Márcia Santos (PP) e Otacília Barbosa (PV), respectivamente, presidente, secretária e vice-presidente, todas integrantes do grupo de oposição ao prefeito municipal de Itaúna”, diz Aguiar na denúncia. 

Na gravação, o pacote de dinheiro que seria entregue ao vereador Iago Santiago foi supostamente chamado por Lequinho de “pastéis recheados”. “O denunciado utilizou-se do mandato para a prática de atos de corrupção ou de improbidade administrativa e procedeu de modo incompatível com a dignidade da Câmara”, diz outro trecho da denúncia apresentada. 

No ano passado, a votação, que ocorreria no dia 11 de dezembro, chegou a ser suspensa pelo então presidente do Legislativo, Márcio Gonçalves (PSL), após a repercussão dos áudios. No dia 19 do mesmo mês, o pleito ocorreu, e foi eleito o vereador Alexandre Magno (MDB) para a presidência da Casa. A vice-presidência ficou com o vereador Hudson Bernardes, e Lacimar Cezáreo (PSL) foi eleito secretário. No dia do pleito, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) chegou a cumprir mandado de busca e apreensão no gabinete e na casa do vereador Lequinho. Com a aceitação da denúncia pela maioria dos parlamentares da Casa, o processo de cassação segue agora para a Comissão de Ética e, após o parecer, vai para votação em plenário. 

Como envolvidos no caso, nem Lequinho, nem Iago Santiago poderão votar. Em caso de empate, o presidente da Câmara, Alexandre Magno, poderá proferir o seu voto. Em contato com a coluna, o vereador Lequinho afirmou que prefere se pronunciar sobre o assunto apenas quanto o Comitê de Ética der o parecer sobre o caso. 

Na época em que as supostas gravações repercutiram, o vereador chegou a afirmar que não passaria dinheiro algum para Iago Santiago. “Eu não ia dar dinheiro nenhum. Foi apenas um teste para ver se ele estava levando conversa ou não, e realmente isso se comprovou”, disse à época.