Prefeitura de BH

Fuad Noman deixa em aberto candidatura à reeleição: 'não é hora de pensar nisso'

Em conversa com a coluna, o prefeito da capital ainda afirmou que apoio à Lula em 2022 não foi ideológico

Por Franco Malheiro
Publicado em 17 de novembro de 2022 | 06:00
 
 
 
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Há oito meses à frente da Prefeitura de Belo Horizonte, o prefeito Fuad Noman (PSD) deixa em aberto a possibilidade de concorrer à reeleição nas eleições municipais. O mandatário da capital, que assumiu a PBH em abril deste ano após Alexandre Kalil deixar o cargo para concorrer ao governo de Minas, afirmou, em entrevista ao Aparte, que seu foco, neste momento, está em administrar o município.

“Nós estamos a dois anos da eleição, estou na prefeitura há oito meses, não está na hora de pensar nisso, está muito longe. Eu quero fazer o melhor trabalho que eu puder fazer para Belo Horizonte, quero trabalhar o máximo com dedicação e competência que eu tiver para melhorar a vida do povo de Belo Horizonte”, afirmou Fuad Noman, deixando a decisão para 2024.

“Em 2024 quero ter a oportunidade de escolher se quero continuar ou sair, mas agora minha posição é não pensar nisso e focar em Belo Horizonte”, afirmou. 

Nos bastidores, a avaliação é que o prefeito brigaria por uma candidatura que disputaria o eleitorado mais à esquerda de Belo Horizonte, mesmo que, historicamente, ele sempre tenha sido um político ligado à centro-direita, sendo por muitos anos quadro do PSDB.

Isso porque, nas eleições deste ano, ele optou por declarar apoio explícito ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno do pleito, e seu partido, o PSD, ter feito aliança com o PT em Minas Gerais.

Isso também dependeria de qual seria a articulação com o próprio PT para as eleições de 2024. No entanto, uma aliança com os petistas, sem que o partido de Lula opte por uma candidatura própria, poderia viabilizar a candidatura de Fuad pelo campo da centro-esquerda. 

Confrontado com esse possível cenário, Fuad nega que tenha caminhado para a esquerda e afirma que sua posição nesta ano não foi pautada pela ideologia.

“Minha posição na eleição não foi ideológica. Eu sempre fui uma pessoa de centro, nunca fui de esquerda e assim continuo sendo. Agora, por que escolhi pedir voto e declarar apoio ao presidente Lula? Durante o governo Lula, Belo Horizonte recebeu muitos investimentos do governo federal, recebeu Minha Casa Minha Vida, investimento para combate às enchentes. Agora, no governo do atual presidente, a gente ficou sem ver a cor do dinheiro. Ele vinha, sobrevoava BH, falava que mandaria verba e não mandava”, pontuou.

Ele ainda revelou a conversa que teve com Lula antes declarar apoio. “Ele (Lula) olhou nos meus olhos e falou: ‘eu não posso te prometer nada, a única coisa que posso garantir é que Belo Horizonte será atendida sempre dentro das possibilidades, de acordo com as necessidades. Isso era tudo que eu queria ouvir. O meu apoio ao presidente Lula foi um apoio em defesa de Belo Horizonte”, concluiu.

No pleito, Fuad Noman, mesmo tendo sido vice na gestão de Alexandre Kalil (PSD) e sendo do mesmo partido do ex-prefeito de BH, se manteve neutro no primeiro turno, sem declarar apoio na disputa pelo governo do Estado. 

Já no segundo turno, o prefeito de BH declarou apoio a Lula e subiu em todos os palanques do presidente eleito nas duas vezes em que o petista esteve na capital durante a campanha.

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