Relação com a CMBH

Kalil recebe vereadores em "papo" para estreitar relações

Mandatário disse que não havia fechado restaurante para encontro com parlamentares, já que não era dia de funcionamento da casa

Por Pedro Augusto Figueiredo
Publicado em 01 de novembro de 2021 | 21:21
 
 
 
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O prefeito Alexandre Kalil (PSD) fechou um restaurante italiano no bairro Santa Efigênia, na região Leste de Belo Horizonte, para se reunir na noite desta segunda-feira (1) com vereadores da base de governo na Câmara Municipal de Belo Horizonte.

Segundo apurou a reportagem, 20 vereadores foram convidados, mas nem todos compareceram. Entre os presentes estiveram Bim da Ambulância (PSD), Léo Burguês (PSL), Duda Salabert (PDT), Miltinho CGE (PDT), Gilson Guimarães (Rede) e Álvaro Damião (DEM). 

Kalil deixou o restaurante por volta das 20h40 e falou rapidamente com a reportagem. Segundo o prefeito, o objetivo do encontro foi ter um "papo" com os vereadores. "E não fechei o restaurante não. O restaurante estava fechado. Nós abrimos", disse Kalil. 

Apesar da fala do prefeito, as portas do restaurante permaneceram fechadas ao público durante a mais de uma hora e meia em que o Aparte esteve em frente ao local. A reportagem presenciou os garçons do restaurante informarem um casal que o estabelecimento estava fechado, mas que eles poderiam voltar na terça-feira (2).

De acordo com o vereador Dr. Célio Frois (Cidadania), o encontro serviu para estreitar a relação com o prefeito. "Não se tratou de política. Falamos de futebol e do Atlético", disse. Ele deixou o jantar mais cedo por causa de um compromisso profissional como médico.

O vereador Rogério Alkimim (PMN) participou do encontro e também deixou o restaurante antes do término. Ele classificou a reunião como "happy hour". "Não tratamos de política, de CPI, nada".

Na saída, Kalil disse que o relacionamento com a Câmara Municipal estava "ótimo". Apesar da fala do prefeito, a  relação com os vereadores, que ficou mais complicada com a posse dos eleitos em 2020, piorou nos últimos meses.

O Legislativo municipal tem três CPIs abertas que investigam a administração municipal. Duas delas, a da BHTrans e a dos gastos com Covid-19, se encerrarão na segunda semana de novembro.

A apresentação dos relatórios pode escalar os ânimos novamente. A presidente Nely Aquino (Podemos) já disse publicamente que vai esperar as conclusões das investigações para avaliar se há elementos para abrir um processo de impeachment contra Kalil. Além disso, ela tem se referido ao vice-prefeito, Fuad Noman (PSD), como "prefeito de fato". 

Enquanto duas CPIs estão em fase de conclusão, a terceira, apelidada de CPI do Uso da Máquina Pública, ainda está nos passos iniciais. Na última sexta-feira (27), o vereador Ciro Pereira (PTB) foi eleito presidente da comissão e Nikolas Ferreira (PRTB) foi o escolhido para ser relator .

O objetivo dos vereadores é investigar denúncias de nepotismo e oferecimento de cargos na PBH em troca de favores políticos.

O encontro de Kalil com os vereadores ocorre uma semana antes de uma outra reunião que já estava marcada pelo bloco Democracia e Independência, liderado pelo vereador Gabriel Azevedo (sem partido), que tem sido o principal crítico de Kalil nas últimas semanas. A reunião dos vereadores do grupo dele acontecerá na próxima segunda-feira (8).

Devido às restrições impostas pelas obras no plenário da Câmara, tem sido raro que todos os vereadores se encontrem presencialmente, o que aumenta a importância dos encontros organizados fora da Casa.

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