PBH

Mesmo com federação, racha na Rede não preocupa interlocutores do PSOL

O entendimento é de que a deputada estadual Bella Gonçalves (PSOL) será a candidata da federação independentemente dos problemas na Rede

Por Gabriel Ronan
Publicado em 06 de março de 2024 | 14:46
 
 
 
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Mesmo com a disputa entre o ex-vice-prefeito Paulo Lamac e a deputada estadual Ana Paula Siqueira na Rede Sustentabilidade, interlocutores do PSOL não estão preocupados se a rixa vai atrapalhar a provável campanha da deputada estadual Bella Gonçalves (PSOL) em BH. O entendimento é de que a federação, em âmbito municipal, tem os psolistas no comando. Portanto, na visão dessas pessoas, o duelo no partido vizinho não interfere na corrida eleitoral. 

Pessoas ligadas ao PSOL, inclusive, dizem que há um respeito mútuo da legenda com Lamac e Ana Paula. A análise sobre a disputa entre os dois é de que se trata de “roupa a ser lavada em casa”, nos corredores da Rede, sem peso na federação. Até porque Ana Paula Siqueira e Bella Gonçalves integram o bloco de oposição ao governo de Romeu Zema (Novo) na Assembleia Legislativa. Publicamente, inclusive, as duas sempre se elogiam. 

Também não há resistência no PSOL quanto à atuação de Paulo Lamac. O partido enxerga o ex-deputado como um personagem importante da esquerda municipal. Ainda assim, vale lembrar que os psolistas têm priorizado candidaturas de mulheres nos últimos anos, o que afastou, num primeiro momento, uma possível frente ampla progressista em torno do deputado federal Rogério Correia, pré-candidato à PBH pelo PT. 

Mesmo com a preferência pelos nomes das deputadas estaduais Beatriz Cerqueira e Macaé Evaristo para dialogar uma composição com o PT, ainda não está descartada a costura de uma frente ampla. Interlocutores do PSOL informaram ao Aparte que o cenário atual “é difícil”, até pela proximidade da campanha, mas as conversas continuam. 

Certo é que qualquer composição com o PSD de Fuad Noman não é sequer cogitada. O PSOL entende que o atual prefeito não combina com o projeto político da esquerda, justamente pelo histórico passado no PSDB; pela proximidade com o Governo de Minas, por meio da base de vereadores controlada pelo secretário de Estado de Casa Civil, Marcelo Aro; e pela defesa de projetos como a reforma do Plano Diretor de BH, pauta que contou com obstrução das vereadoras Iza Lourença e Cida Falabella, ambas do PSOL, em plenário. 

Racha na Rede

Como mostrou o Aparte, o diretório da Rede Sustentabilidade está rachado após a renúncia coletiva de 15 filiados na última quarta-feira (28). Tudo aconteceu por uma reação ao embate entre Paulo Lamac e Ana Paula Siqueira, que disputam a pré-candidatura do partido à prefeitura, mesmo que a federação seja presidida pelo PSOL em BH. 

De um lado, aliados de Lamac acusam o presidente da Rede em BH, Pablo Figueiredo, de isolar o grupo ligado ao ex-vice-prefeito, atuando de maneira individualista na formação de chapa para disputar cadeiras na Câmara de BH. Pablo é assessor parlamentar de Ana Paula Siqueira. Já do outro lado, a deputada estadual entende a renúncia como uma retaliação de Lamac à sua ascensão política, após ela conquistar o maior número de votos da Rede em BH em 2022. 

A rixa nasceu na executiva nacional da Rede, onde a ministra do Meio Ambiente Marina Silva rompeu com o líder do governo Lula (PT) no Congresso Nacional, o senador Randolfe Rodrigues, eleito pelo Amapá. A divergência terminou com a desfiliação de Randolfe em maio do ano passado. Hoje, ele está sem partido. 

O entrave entre Ana Paula Siqueira e Paulo Lamac se intensificou após Marina comparecer ao evento de lançamento da pré-candidatura dela em BH. O ex-vice-prefeito sequer marcou presença na agenda. Nacionalmente, a principal aliada dele é a ex-senadora por Alagoas, Heloísa Helena.

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