Novo secretário foi anunciado em outubro, e ainda não assumiu o cargo

Anunciado em outubro do ano passado pelo governador Romeu Zema (Novo) como o novo secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, o empresário Cássio Rocha de Azevedo ainda não teve o seu nome publicado no Diário Oficial “Minas Gerais” – mesmo após quatro meses desde o anúncio. De acordo com a assessoria de Azevedo, a demora é por conta do processo de desincompatibilização do empresário de suas atividades relacionadas à iniciativa privada.

“Azevedo sempre esteve ativo em relação ao mercado e, por isso, participou de associações e entidades privadas, tais como Fiemg, Associação Brasileira de Telesserviços e Sucesu-MG. Sobre essas atividades, ele vem se desligando à medida que são feitas as reuniões de conselho ou de representantes de cada entidade”, informou por meio de nota.

A previsão de Azevedo e de sua assessoria é que todo o processo burocrático termine em breve e ele seja anunciado oficialmente como novo titular da secretaria até o fim de março deste ano. “Sua desincompatibilização tem seguido prazos e ritos legais para que possa ser empossado ainda no primeiro trimestre deste ano”, informou.

Até que isso ocorra, a pasta segue sem comando fixo desde setembro de 2019, quando o então secretário, Manoel Vitor de Mendonça, pediu demissão do cargo por “motivos pessoais”.

Enquanto não assume o posto, Cássio Rocha de Azevedo ocupa uma sala no 18ª andar da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). Esse pavimento é destinado para diretores, diretores adjuntos e alguns assessores. Até então, o espaço era ocupado pelo diretor adjunto de Recursos Humanos, Hudson Felix, que foi deslocado provisoriamente para uma sala de reunião.

A estatal nega que o Azevedo esteja em suas dependências. “A Cemig informa que não procede a informação de que o secretário Cássio Azevedo está ocupando uma sala no prédio da empresa. Qualquer decisão neste sentido, terá sido em absoluto respeito às leis e normas societárias”, afirma em nota. 

A Cemig não informou por que Azevedo está lotado em uma sala da companhia nem confirmou se ele foi contratado. O empresário é fundador da AeC, empresa de telemarketing que possui mais de 30 mil empregados. Ele é o “C” da sigla AeC. O “A” é de Antônio Guilherme Luz.

Azevedo não ocupa mais o cargo de CEO da AeC desde dezembro de 2019, quando deixou também o conselho de administração da empresa. Na época, foi anunciado o empresário Raphael Duailibi como seu substituto.

A AeC tem um contrato de prestação de serviços com a Cemig no valor de R$ 118 milhões por ano. O acordo já atingiu o máximo de aditivos permitidos pela legislação e não pode ser renovado. Ele termina no mês que vem. Diante disso, a estatal realizou um pregão, no último dia 14, para “serviços de call center para relacionamento receptivo e ativo”. A licitação está em andamento e ainda não foi concluída.

O governo informou que Azevedo “está em processo de desincompatibilização dos compromissos privados para assumir o cargo. A publicação no Diário Oficial deverá ser efetivada até o final de março”.