Zona da Mata

Recomposição salarial e criação do 13º revoltam moradores de Leopoldina

Populares fizeram ato durante reunião ordinária anteontem na Câmara Municipal

Por Bruno Menezes
Publicado em 20 de março de 2019 | 03:00
 
 
 
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Exaltado com um ato de populares durante reunião ordinária anteontem na Câmara Municipal de Leopoldina, na Zona da Mata, o vereador Dr. José Ferraz (DEM) criticou manifestantes e disse que eles não conseguiriam barrar projetos na Casa e que deveriam “ficar quietos”. A fala gerou revolta dos presentes. O grupo que acompanhava a reunião gritava palavras de ordem contra os Projetos de Lei 6/2019 e 7/2019, aprovados no dia 12 deste mês, em caráter de urgência.

O primeiro propõe a recomposição inflacionária de 3,43% no salário dos próprios vereadores, elevando os vencimentos para R$ 8.562,90. Já a segunda matéria cria a bonificação natalina para os legisladores municipais. O valor corresponde a um mês de salário.

Na gravação da sessão, em certo momento, um manifestante afirma querer barrar os projetos já aprovados. Em seguida, o vereador rebate. “O povo tem que ter conhecimento das funções do vereador e do direito administrativo. Não tem que barrar nada, quem barra isso é o prefeito ou o presidente da Câmara. O povo vem aqui para assistir e ficar quietinho e não pode dar opinião”, disse o vereador aumentando o tom de voz. 

No vídeo, imediatamente após a fala, Ferraz é vaiado pelos manifestantes e responde: “Isso mostra a falta de educação e conhecimento”. Representantes do movimento contra o projeto relataram que a fala do vereador é típica de pessoas que querem coibir manifestações da população. “Eles aumentam o próprio salário, criam o 13º e não aceitam manifestação. Estamos questionando a legalidade da tramitação. O projeto foi apresentado na Câmara e 20 minutos depois foi aprovado, sem qualquer discussão”, afirmou o servidor público Alex Leite. 

Apesar de ter votado a favor dos dois projetos, o vereador Rogério Machado (PR) reconheceu a rapidez na tramitação como um erro. “Acho que foi um erro nosso. Mas, sobre o 13º, firmei o compromisso em cartório de, caso receba, doá-lo a alguma instituição. Sou totalmente contrário ao que o vereador disse. Acho que sempre temos que ouvir a população e, se tivermos que voltar atrás por algum motivo que me convença, não vejo problema”, pontuou Machado. O Aparte não conseguiu localizar José Ferraz para se pronunciar.

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