Ministério da Saúde

Remédios para o tratamento de câncer com distribuição em risco

Documento fornecido pelo Deputado Estadual Arlen Santiago (PTB) informou problemas em pleno Outubro Rosa

Por Angel Drumond
Publicado em 14 de outubro de 2020 | 09:00
 
 
 
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Em pleno Outubro Rosa, mês da campanha de prevenção ao câncer de mama, o abastecimento dos principais medicamentos utilizados no tratamento da doença pode estar em risco. Em julho, o Ministério da Saúde encaminhou o Ofício Circular nº 40 às secretarias Estaduais de Saúde sobre dificuldades no reabastecimento de medicamentos rituximabe e o trastuzumabe. E já é sentida a falta deles para o tratamento.  

O deputado estadual Arlen Santiago (PTB), que forneceu o documento ao Aparte, disse estar “muito preocupado” com a falta dos remédios.  

O presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia Vilmar Marques de Oliveira afirmou que o trastuzumabe está com problemas em sua distribuição.  

“Infelizmente, estamos vivendo o desabastecimento de medicações importantes, como o traztuzumabe, para o tratamento do câncer de mama. Informações colhidas dão conta que essa medicação deve ser reabastecida e os seus estoques normalizados dentro de um prazo de 15 dias. Esperamos que os hospitais tenham reservas suficientes para poder atender as pacientes que por ventura estão em tratamento com essa medicação”, explicou Oliveira.

Questionada sobre o abastecimento no Estado, a Secretaria de Saúde de Minas, através de sua assessoria de imprensa, não informou sobre os medicamentos citados e transferiu a responsabilidade do repasse dos remédios às unidades de tratamento de câncer para o Ministério da Saúde.

“O atendimento aos pacientes portadores de neoplasias malignas (câncer) no âmbito do serviço público de saúde é realizado por um programa específico. São unidades hospitalares públicas habilitadas pelo Ministério da Saúde, inclusive com o fornecimento de medicamentos. Sendo assim, os estabelecimentos habilitados em Oncologia pelo SUS são os responsáveis pelo fornecimento dos medicamentos necessários”, diz a nota da Secretaria de Saúde.

Já o Instituto Nacional de Câncer (Inca), órgão auxiliar do Ministério da Saúde no desenvolvimento e coordenação das ações integradas para a prevenção e o controle do câncer no Brasil, informou que até o momento não tem conhecimento sobre a circular ou a dificuldade na distribuição dos medicamentos.  

“O Inca envia mensalmente para a Secretaria de Saúde a prestação de contas dos medicamentos rituximabe e trastuzumabe com informações dos pacientes que utilizam a medicação, quantidade em estoque e quantidade recebida no mês anterior. A partir dessas informações, as secretarias avaliam a quantidade a ser fornecida no mês. O Inca informa ainda que a distribuição desses medicamentos, até o presente momento, está normalizada”, diz a nota.  

A reportagem entrou em contato com o Ministério da Saúde para averiguar se o reabastecimento foi normalizado no mês de outubro em todo o Brasil, mas até o fechamento dessa edição não havia recebido a resposta.

Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer e do Ministério da Saúde, o câncer de mama é o primeiro em estimativa de novos casos entre as mulheres no Brasil, sendo 66.280 só em 2020, representando 29.7% das demais neoplasias.   

A taxa de mortalidade, com a última estatística apresentada no ano de 2018, mostrou que o câncer de mama é o que mais causa óbitos entre as mulheres. Foram 17.572 casos, representando 16,4% de mortes entre todas as neoplasias.  

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