Repercussão

Vereador vai processar Kalil por acusação de receber propina da FMF

Juliano Lopes foi acusado pelo prefeito de BH de receber dinheiro da Federação Mineira de Futebol para atuar como oposição a ele no Legislativo

Por Lucas Henrique Gomes
Publicado em 17 de agosto de 2021 | 04:00
 
 
 
normal

Juliano Lopes (Agir), vereador e presidente da CPI da Covid na Câmara Municipal de Belo Horizonte, afirmou ontem que vai recorrer à Justiça contra as acusações feitas pelo prefeito Alexandre Kalil (PSD) em entrevista exclusiva a O TEMPO na última sexta-feira. “Irei, sim, acioná-lo judicialmente. Estou olhando com o jurídico”, afirmou Lopes, um dos principais articuladores da oposição na Câmara.

Durante a entrevista, Kalil acusou o parlamentar de receber dinheiro da Federação Mineira de Futebol (FMF) para atuar como oposição a ele no Legislativo. “Ele ganha R$ 250 mil por ano pelo irmão do Marcelo Aro para fazer oposição”, afirmou na ocasião.
Atualmente, Lopes é o presidente da Comissão de Arbitragem da federação, que é presidida por Adriano Aro, irmão do deputado federal Marcelo Aro (PP). Também na sexta-feira, os dois irmãos negaram qualquer irregularidade. Segundo eles, os R$ 250 mil citados pelo prefeito são o orçamento da comissão que o vereador preside, não uma remuneração pessoal.

Convocações

Além de fazer acusações a vereadores e afirmar que a “corda” entre Executivo e Legislativo arrebentou, Kalil pediu para que as duas CPIs instaladas na Casa o convocassem em vez de mirar integrantes do alto escalão do Executivo. Mas os presidentes das comissões não avaliam, por enquanto, um depoimento do prefeito.

Na semana passada, Adriana Branco, secretária de Assuntos Institucionais e Comunicação Social da PBH, foi convocada pela CPI da Covid para prestar depoimento no próximo dia 26. Já o secretário de Governo, Adalclever Lopes, foi alvo de um pedido de investigação por, supostamente, intervir na CPI da BHTrans.

Na CPI da Covid, o presidente Juliano Lopes (Agir) disse que a convocação de Kalil “depende de toda a comissão”, mas que não sabe de nenhum movimento nesse sentido. 

Gabriel Azevedo (sem partido), a quem o prefeito acusou de traição, também pontuou que o convite não deve ser feito. No entendimento do parlamentar, que preside a CPI da BHTrans, Kalil tem colaborado com os trabalhos desde o início do colegiado. “Ele trocou o presidente da BHTrans e colocou no comando da empresa um jovem muito competente, que abriu dois processos administrativos punitivos (um para o contrato de 2008 e outro pra a auditoria de 2018), por razão das nossas oitivas, além de afastar e exonerar diretores”, disse.

Ele citou outra justificativa para não defender a convocação de Kalil. “Ele assinou o projeto de lei que cria a BH Mobilidade e fecha a BHTrans, também por minha sugestão. Agora, caso ele tenha alguma informação que desconhecemos, basta enviar um ofício requerendo sua presença na comissão. E assim será”, disse Azevedo. Ao contrário do publicado na edição de sábado, Gabriel Azevedo não foi líder de Kalil. Ele coordenou sua campanha em 2016.

 

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!