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Vereadores de Ribeirão das Neves ‘brigam’ por causa de microfone

Parlamentares se desentenderam durante discussão de projeto que concedia abono aos servidores efetivos da educação

Por Léo Simonini
Publicado em 20 de setembro de 2019 | 20:26
 
 
 
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A reunião na Câmara Municipal de Ribeirão das Neves da última terça-feira foi marcada por um bate-boca entre os vereadores Léo de Areias (PDT), presidente da Casa e aliado do prefeito Juninho Martins (PSC), e Vanderlei Delei (PTC), que faz oposição. A Câmara recebia um grande público, já que na pauta estava um projeto de lei, enviado pelo Executivo, com o intuito de conceder um abono aos servidores municipais efetivos de educação. Membros do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação marcavam presença.

Circula pelas redes sociais um vídeo da discussão. No início das imagens a que a coluna Aparte teve acesso, Delei aparece exaltado, de pé, ao lado da Mesa Diretora. Num tom elevado de voz, ele exige que seu microfone seja religado por Areias, e este argumenta que vai mantê-lo desligado para que outro colega faça uso da palavra.

Em determinado ponto, os ânimos se exaltam ainda mais. Apesar de Delei já estar sentado à sua mesa, ele continua a exigir que seu microfone volte a funcionar. Na sequência é possível ouvir o que parece ser o presidente da Casa chamá-lo de “menino” e “moleque”, palavras que são devolvidas ao interlocutor, também em tom de ofensa. Em meio ao bate-boca, outro parlamentar tenta ponderar sobre o projeto em questão.

Ontem, a reportagem entrou em contato com os envolvidos na discussão. Areias minimizou o fato e afirmou não ter ocorrido nada de mais. “Na verdade, não foi discussão, eu ia dar a fala a outro colega, ele (Vanderlei) já tinha feito sua fala, em seu direito regimental, e eu queria passar para outros. Aí usei o regimento e desliguei o microfone dele para outro falar, só isso, mais nada”, contemporizou.

Por sua vez, Delei deu outra versão sobre o motivo da discussão. Segundo ele, o projeto havia chegado ao plenário no dia, e, de acordo com o regimento interno, não poderia ser votado. Porém, ele disse que não queria impedir essa votação, apenas usar a palavra para ressaltar que servidores contratados, não contemplados pelo abono, também poderiam ser incluídos num projeto de lei posterior.

“Me posicionei falando que na semana passada a Câmara votou um projeto autorizando o prefeito a pegar um empréstimo de R$ 10 milhões, projeto que também chegou na mesma hora da reunião. Aí o presidente não gostou, disse que eu estava fazendo politicagem com a coisa, e fomos para o intervalo. No retorno ele cortou meu microfone, e me senti ofendido. Estava defendendo que o projeto fosse votado, sim, naquele dia. Parece que minha fala, muito contrária ao Poder Executivo, acabou criando uma situação, o que irritou o presidente”, afirmou.

O curioso é que tanto Areias quanto Delei foram favoráveis ao projeto, aprovado em dois turnos. O primeiro ocorreu ainda na terça, enquanto o segundo foi na manhã de ontem, em reunião extraordinária.

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