Depois de declarar que o Brasil vai ter que passar por um racionamento de energia para evitar um apagão decorrente da crise hídrica, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), recuou. Agora, ele fala em "uso eficiente da energia pelos consumidores de maneira voluntária".
Em uma rede social, o parlamentar informou, na noite desta terça-feira (22), que conversou com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. "Esclareceu que a Medida Provisória não irá trazer qualquer comando relativo ao racionamento de energia", escreveu o político.
Mais cedo, porém, havia dito que o racionamento de energia seria necessário para evitar um apagão decorrente da crise hídrica.
Falei há pouco com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, que esclareceu que a Medida Provisória não irá trazer qualquer comando relativo ao racionamento de energia. Será feito o incentivo ao uso eficiente da energia pelos consumidores de maneira voluntária.
— Arthur Lira (@ArthurLira_) June 22, 2021
Em 2001, penúltimo ano do governo Fernando Henrique Cardoso, o país sofreu uma série de apagões e teve de passar por um forte racionamento. Quem não economizava luz, dentro de uma cota por consumidor, pagava mais caro pela conta no fim do mês.
Atualmente, o governo trabalha no texto de uma medida provisória que dá poderes para um comitê interministerial interferir na gestão de hidrelétricas e cria as bases para um eventual racionamento de energia.
Com a pior seca dos últimos 91 anos e os reservatórios nos níveis mais baixos das últimas décadas, o MME (Ministério das Minas e Energia) prepara esta MP para pavimentar o caminho de medidas emergenciais que podem ser necessárias para um cenário de agravamento da crise hidrológica ainda no segundo semestre deste ano.