Café com Política

Azeredo critica excesso de partidos: “quase colocam anúncio querendo candidato”

Ex-governador mineiro criticou o excesso de legendas e falou que esse contexto permite o surgimento de políticos ruins e prejudiciais à democracia

Por Hermano Chiodi
Publicado em 31 de julho de 2023 | 10:23
 
 
 
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O ex-governador e ex-senador de Minas, Eduardo Azeredo, responsável pela reformulação do PSDB em Minas, criticou o excesso de partidos no país e disse que isso elimina filtros importantes e abre espaço para políticos e candidaturas prejudiciais à democracia no país.

“Antes havia uma disputa para conseguir a possibilidade de ser candidato. Hoje não. Quase colocam anúncio na esquina querendo candidato, dizendo: seja candidato. E essa primeira seleção é importante que os partidos façam, para não ter picareta. não ter desonestos, populistas. Mas hoje isso não acontece. Qualquer um que quiser ser candidato pode ser candidato”, diz.

Eduardo Azeredo assumiu a presidência do Instituto Teotônio Vilela em Minas. Ele foi o entrevistado do quadro Café com Política na FM O TEMPO 91,7 nesta segunda-feira (31). O ex-governador fez uma análise sobre as razões que levaram a queda de participação do partido em Minas e no país.

Segundo ele, a situação é resultado de um conjunto de fatores, que incluem erros eleitorais, disputas internas, mas ele minimizou a perda de espaços nos legislativos e reforçou que os tucanos continuam tendo papel importante na gestão de prefeituras. Segundo ele, o PSDB tem a maior quantidade de prefeitos eleitos em Minas e conseguiu eleger a mesma quantidade de governadores que o PT, do presidente Lula.

O ex-governador comentou também sobre a aproximação com outras siglas e disse que isso deve ser feito com base em um programa político. Inclusive, diz Azeredo, como forma de reaproximar antigos tucanos.

“O PSDB diminuiu o número de deputados, mas vários tucanos foram para outros partidos e estão em outros partidos, às vezes, apenas por questões eleitorais; uma das falhas do nosso sistema. O Podemos é um possível aliado, nós temos a federação com o Cidadania. A gente vê que a lei da cláusula de barreiras (que estabelece exigências para partidos políticos terem acesso a recursos públicos) já está começando a dar resultados e vai dar mais, mas isso leva tempo”, afirma.

Eduardo Azeredo afirmou que pretende fazer o PSDB crescer e incorporar quadros e novos políticos, mas afirmou que ao partido não interessa filiar “qualquer um” e quer atrair lideranças com qualidade.

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