Proporção

Bancada de evangélicos cresce

Entre as duas últimas eleições, o número de parlamentares religiosos passou de 45 para 76

Por Lucas Pavanelli
Publicado em 20 de junho de 2013 | 03:00
 
 
 
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Se os evangélicos na Câmara estivessem reunidos em um único partido, formariam a terceira maior bancada da Casa – atrás apenas do PT, com 89, e do PMDB, com 82 deputados federais. São 76 os parlamentares que compõem a Frente Parlamentar Evangélica (FPE). No Senado, a bancada tem número equivalente à representatividade de um Estado: três.


A proporção de evangélicos no Congresso supera a curva de crescimento dos religiosos observada na sociedade brasileira como um todo. Entre 2000 e 2010, o número de evangélicos no Brasil aumentou em 61%, passando de 26,2 milhões para 42,3 milhões de pessoas. Ou seja, de 15,4% para 22% do total da população brasileira em dez anos.

Na Câmara Federal, entre as duas últimas eleições, a bancada dos parlamentares evangélicos passou de 45 para 76 deputados, crescimento de 68%. Para as eleições do ano que vem, a estratégia é ampliar ainda mais o número de evangélicos.

O PSC, que hoje comanda a Comissão de Direitos Humanos da Câmara com o Pastor Marco Feliciano à frente do colegiado, é o mais ambicioso e pretende puxar o crescimento da bancada evangélica em Brasília.

Para isso, o partido vai lançar chapa completa para as eleições majoritárias, com candidato a presidente, senador e até governador em alguns Estados (incluindo Minas Gerais, onde o deputado federal Leonardo Quintão negocia sua filiação para a disputa do Executivo estadual).

Nas eleições para a Câmara, os cristãos lançaram mão de uma meta ambiciosa: ampliar o número de 16 deputados em exercício para, no mínimo, 25, um crescimento superior a 50%.

Repercussão. O puxador de votos do partido deve ser o pastor Marco Feliciano, cuja expectativa de votação supera os 211.855 votos obtidos por ele, em 2010, no Estado de São Paulo.

“Uma de nossas estratégias já definidas é que o Feliciano saia novamente para deputado federal. A repercussão que ele obteve nos últimos meses deve ser responsável por garantir mais outras duas vagas para o partido na Câmara”, afirmou o secretário geral do partido, Antonio Oliboni.

Outro partido ligado aos evangélicos e que também trabalha para aumentar sua participação no Parlamento é o PRB, ligado à Igreja Universal do Reino de Deus. São dez parlamentares (um deles por Minas, o deputado George Hilton). A meta é que os mineiros ocupem dois lugares na Câmara Federal e, na Assembleia de Minas, passem de duas para quatro vagas.

Líderanças da FPE

João Campos (PSDB-GO). Autor do projeto da “Cura gay”, é o presidente da bancada e vice-líder do PSDB na Câmara.

Anthony Garotinho (PR-RJ). Foi governador do Rio e pretende se candidatar de novo, no ano que vem. É investigado pelo STF.

Magno Malta (PR-ES). É senador. Defende plebiscito para temas polêmicos como casamento gay e aborto.

Eduardo Cunha (PMDB-RJ). É líder do partido na Câmara e articulou a eleição de Feliciano na Comissão de Direitos Humanos.
 

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