Protestos

BH tem manifestações pró e contra Bolsonaro neste domingo

De um lado, protesto manifestam-se pela democracia, do outro, o teor é contra ministro do STF, em especial Alexandre de Moraes

Por Gabriel Rodrigues
Publicado em 21 de junho de 2020 | 14:05
 
 
 
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Manifestações contra e a favor do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ocorrem neste domingo (21) na região central de Belo Horizonte. Não foram registradados problemas até às 14h.

Na praça da Bandeira, no bairro Mangabeiras, região Centro-Sul, em direção à Praça Sete, movimentos antifascistas de torcidas de futebol reuniram-se às 11h, em meio a cartazes de "Fora, Bolsonaro", uma bandeira com o rosto da vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018, e palavras contra o racismo — "Racistas otários, nos deixem em paz", dizia um dos cartazes. 

Pouco antes, às 10h, um grupo de apoiadores do presidente encontrou-se na praça do Papa, no Mangabeiras, para iniciar uma carreata rumo à praça da Liberdade, no Funcionários, passando pela praça Marília de Dirceu, próximo à casa do prefeito de BH, Alexandre Kalil (PSB) — chamado de "Kalixo" em um dos cartazes no carro de som da manifestação.

Ela se desviou da praça da Bandeira para evitar confronto com o outro grupo, segundo um dos organizadores, Cipriano de Oliveira, 65. Em ambas as manifestações, a maioria dos participantes vistos pela reportagem utilizava máscara, mas havia pessoas sem o acessório. 

Segundo um dos organizadores da manifestação contrária a Bolsonaro, Rodolfo Batista, 28, representante da Resistência Alvinegra, os participantes estão cientes do risco de se reunir durante a pandemia, mas tomam cuidados, como uso de álcool em gel. "A contaminação aumentou na cidade e muita gente disse que não viria hoje por isso", explicou. De acordo com ele, pessoas do grupo de risco para a Covid-19 não devem participar. 

O presidente do partido Unidade Popular (UP), Leonardo Péricles, também estava presente na manifestação e afirmou que ela é uma luta necessária "contra o fascismo". Ele pontuou que ela também faz frente contra o racismo, lembrando os protestos que eclodiram nos Estados Unidos. "Estamos na rua contra o principal impedidor do isolamento social, o Bolsonaro", destacou.

A servidora pública Rosângela Lopes, 68, que marcou presença na carreata a favor de Bolsonaro, afirmou que o grupo não é fascista e que isso seria uma forma de ataque de pessoas alinhadas à esquerda contra os apoiadores do presidente. "A mídia coloca esse nome. É analfabetismo funcional", diz.

Manifestantes exaltam Weintraub na Praça da Liberdade

Segundo Cipriano de Oliveira, um dos líderes do movimento Bros Brasileiros e da carreata que saiu da Praça do Papa, a principal pauta da manifestação é o impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. "Ele vem tomando medidas, do nosso ponto de vista, que são uma afronta à Constituição e aos Poderes", diz. Cipriano não soube citar atos específicos de Moraes que incomodem o grupo — o ministro é relator do inquérito que investiga fake news. De acordo com Cipriano, o grupo é constitucionalista e não apoia intervenção militar.

Do carro de som em frente à aglomeração na Praça da Liberdade, manifestantes pediram aplausos a Bolsonaro e a Abraham Weintraub, que foi exonerado do cargo de ministro da Educação na última semana — e já declarou que os ministros do STF deveriam ser presos. 

Na manifestação contra Bolsonaro, na Praça da Bandeira, pelo menos um motorista de passagem gritou "Vai trabalhar!" para o grupo reunido. Já na Praça da Liberdade, uma motorista passou gritando "Bolsonaro preso!" e foi recebida com grito de "Vai para Cuba!" de um manifestante. A expectativa de público na passeata contra o governo é de 800 a 1.000 pessoas, de acordo com um dos organizadores. A carreata a favor do governo contou com até 1.000 carros, disse um dos líderes. Presente no começo do ato contra Bolsonaro e na finalização da manifestação a favor do governo, a reportagem contabilizou quantidade menor que isso nas duas.

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