Transporte público

BHTrans abrirá processo interno para apurar 'documentos desaparecidos'

As caixas estariam desaparecidas há meses e foram encontradas na semana passada

Por Thaís Mota
Publicado em 22 de setembro de 2021 | 17:37
 
 
 
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A BHTrans deve abrir um processo administrativo para apurar as circunstâncias em que os documentos acerca da licitação de transporte público de Belo Horizonte ficaram “desaparecidos” por tanto tempo.

“Vamos tomar as medidas administrativas cabíveis, tendo em vista as normas e procedimentos da prefeitura e do Estado da federação”, disse o presidente da empresa, Diego Prosdocimi.

As caixas estariam desaparecidas há meses e foram encontradas na semana passada. Elas estariam em posse do gerente exonerado da BHTrans, Adilson Elpídio Daros, e investigado pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) aberta pela Câmara de BH para apurar irregularidades no contrato de transporte público da capital mineira.

Segundo o presidente da BHTrans, os documentos estavam sendo procurados na sede da empresa. No entanto, durante essa busca sem sucesso, descobriu-se que estavam na Next Tecnologia em Gestão da Informação (TGI), empresa com quem a BHTrans tinha um contrato de guarda de arquivos e documentos. 

Ao tomar ciência do contrato, Prosdocimi também soube que, no ano passado, Adilson Elpídio teria retirado as caixas do arquivo em duas ocasiões. “Foi por isso que nós inferimos que ele tinha ciência delas”, disse o presidente da BHTrans. 

Ao saber do contrato e entrar em contato com a empesa, o presidente teria sido informado de que a documentação havia sido retirada. “O que foi pior e que motivou a lavratura do boletim de ocorrência é que, na segunda-feira, um desses servidores havia solicitado as caixas e elas estavam na área de trabalho dele aqui na BHTrans e, como eu estava preocupado com a custódia desse documentos eu preferi entregar esse assunto para a Polícia Militar e Polícia Civil”, disse,

Na avaliação do presidente da CPI, vereador Gabriel Azevedo (sem partido), as caixas com toda a documentação do processo licitatório só apareceram porque a comissão ameaçou aprovar um mandato de busca e apreensão dos documentos. 

“Essa documentação foi solicitada pela CPI há semanas e o presidente Diego Prosdocimi estava procurando aqui na BHTrans e não encontrou. E,depois que nós, na última semana, afirmamos que se ela não viesse por bem viria por mal através de uma solicitação de busca e apreensão ela resolve aparecer misteriosamente entregue para o presidente que, de forma muito correta, registrou um boletim de ocorrência", disse. 

Após a entrega das caixas, elas foram aprisionadas no banheiro da sala do secretário de segurança da capital, Genilson Ribeiro Zeferino, na sede do Centro Integrado de Operações de Belo Horizonte, onde também fica a sede da BHTrans.

A papelada ficou trancada no cômodo até a abertura pela Polícia Civil nesta quarta-feira (22) e a chave ficou em posse do chefe de gabinete da BHTrans. Já a sala do secretário só é aberta com sua digital.

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