Ressalvas

BNDES se manifestou contra remuneração de alto escalão da Cemig

Instituição sugeriu limitar a remuneração de suplentes à participação em reuniões e alinhar a remuneração do comitê de auditoria ao patamar de mercado

Por Thaís Mota
Publicado em 30 de abril de 2021 | 19:19
 
 
 
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Nas assembleias de acionistas da Cemig nesta sexta-feira (30), o BNDES Participações S.A. (BNDESPAR), maior acionista do setor público depois do governo de Minas, se manifestou contrário à verba aprovada pelos demais acionistas para custear a remuneração de parte da alta cúpula da empresa.

O valor de até R$ 23.259.187,88 para custear o salário de membros do Conselho de Administração, da Diretoria Executiva, do Conselho Fiscal e do Comitê de Auditoria da Companhia foi aprovado por 87% dos votos. Nesse valor não estão inclusos os salários das oito diretorias adjuntas criadas durante a gestão de Romeu Zema (Novo). 

Apesar de aprovado, consta na ata das Assembleias Gerais Ordinária e Extraordinária realizadas nesta sexta que o BNDESPAR "manifestou-se contrariamente ao presente item no sentido de que “a Cemig deve buscar considerar (i) limitar a remuneração fixa percebida pelos suplentes a efetiva participação em reuniões e (ii) alinhar a remuneração do comitê de auditoria com patamar próximo às práticas de mercado para o exercício de 2021 e exercícios futuros”.

No início da semana, o jornal O TEMPO mostrou que o gasto da Cemig com pessoal chave da administração nos últimos dois anos foi muito superior ao valor de R$ 23 milhões - que também foi aprovado pelos acionistas em 2019 e 2020. No ano passado, o valor superou os R$ 36 milhões, conforme relatórios de demonstrações financeiras da empresa. No entanto, a Cemig não explicou a razão dessa diferença.

A reportagem também demandou a Cemig sobre o valor dos salários dos membros dos conselhos fiscal e de Administração, bem como dos demais cargos da alta cúpula da companhia, mas a assessoria não respondeu. Porém, os salários do presidente e dos seis diretores executivos da empresa são públicos porque demandam aprovação em assembleia. A última vez em que foram reajustados foi em 2019, passando a R$ 85 mil o do presidente e R$ 67 mil a remuneração de cada diretor executivo.

Além deles, a Cemig ainda tem oito diretores adjuntos, quatro membros no Comitê de Auditoria, nove representantes no Conselho Administrativo e dez no Conselho Fiscal, sendo cinco efetivos e cinco suplentes. 

Assembleia também aumenta capital social

Nas assembleias desta sexta-feira, também foi aprovado o aumento do capital social da Cemig de R$ 7.593.763.005,00 para R$ 8.466.810.340,00, com a emissão de 174.609.467 novas ações, sendo 58.366.345 ordinárias e 116.243.122 de ações preferenciais

Também foi aprovado o nome da secretária de Educação de Minas Gerais, Júlia Sant’Anna, como representante suplente do Conselho Fiscal da Cemig, por indicação do governo do Estado. Ela substitui o ex-secretário de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, que foi demitido do governo após vir à tona um esquema de fura-filas na vacinação contra a Covid-19 entre servidores do Estado, sendo ele próprio um dos que passaram na frente para se imunizar.

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