No último dia de atividades legislativas, a Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) fez a devolução de R$ 60 milhões economizados ao longo de 2020 para os cofres da prefeitura da capital. Com o montante, os legisladores fecharam o ano devolvendo R$ 100 milhões somente de despesas economizadas em 2020, já que o restante do valor havia sido repassado no início do ano, após as chuvas que caíram na cidade. A expectativa da Casa é de que a gestão do prefeito Alexandre Kalil (PSD) utilize os recursos na aquisição das vacinas contra a Covid-19.
“Nesses dois anos nós fizemos, e não é somente a presidente ou a mesa diretora, mas o todos os vereadores da Casa, uma gestão responsável, com cuidado com o dinheiro público, e isso fez com que, ao longo desses dois anos, (fizéssemos) volumosas devoluções ao Executivo, para que o dinheiro voltasse para onde deveria, que é para o povo”, disse a presidente da CMBH, Nely Aquino (Podemos), referindo-se ao período em que está à frente da Casa.
A presidente da CMBH destacou que as contas da Casa estão em dia e que os investimentos necessários no Parlamento serão feitos. “Mas tudo o que não é necessário, vai ser devolvido. Nós não brincamos com o dinheiro público. Cuidamos com responsabilidade”, destacou.
No início do ano, a Câmara Municipal já havia devolvido pouco mais de R$ 57 milhões ao Executivo, recursos que foram utilizados para a recuperação da cidade após as fortes chuvas que atingiram a capital no início do ano. No entanto, parte desse valor contemplava economias feitas ao longo de 2019.
Secretário municipal de Fazenda, João Fleury agradeceu pelos recursos e garantiu que, se necessário, eles serão utilizados na aquisição dos imunizantes. “Esses recursos com certeza serão extremamente importantes, que nós poderemos adquirir essas vacinas se for necessário, e o prefeito tem compromisso com os servidores da saúde, que serão os primeiros a serem vacinados, já que estão enfrentando diariamente a pandemia e procurando salvar vidas”.
O gestor também lembrou das dificuldades econômicas causadas pela pandemia e que, no início do ano, a previsão era de um déficit de R$ 1 bilhão. Ele ressaltou que a diminuição das despesas ao longo do ano fez com que a gestão municipal pudesse honrar todas as despesas, garantindo, por exemplo, o pagamento do funcionalismo público e do 13º.
“Recebemos, na verdade este ano, e falando de exercícios anteriores, R$ 123 milhões (da Câmara). Só para termos uma dimensão, gastamos este ano com cestas básicas, até agora, R$ 160 milhões”, exemplificou Fleury, destacando que os repasses são importantes para as políticas públicas adotadas no sentido de mitigar os impactos da pandemia na capital. “Os recursos são muito bem-vindos e serão utilizados em prol da população de Belo Horizonte”.