Chiara Biondini acusa assessora de Macaé Evaristo de calúnia

A deputada Chiara Biondini (PP) acusou uma assessora da deputada Macaé Evaristo (PT) de calúnia, nesta quinta-feira (31/8), na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), em meio à votação da política de enfrentamento à violência contra a mulher - Projeto de Lei (PL) 2.309/2020. A denúncia já foi levada por Chiara à Polícia Legislativa, que, questionada por O TEMPO sobre quais os procedimentos a serem adotados, ainda não se manifestou. 

Em coletiva à imprensa, Chiara disse que teria sido xingada ao votar contra uma emenda apresentada pelo deputado Ulysses Gomes (PT) à política de enfrentamento à violência contra a mulher. “Durante o voto, uma assessora da deputada Macaé, que estava atrás do plenário, começou a gritar e apontar o dedo dizendo que eu era racista, preconceituosa, homofóbica, misógina etc. Eu pedi que ela parasse, mas ela não parou”, contou a deputada, ao lado tanto deputados de situação quanto de oposição.

Aprovada com 31 votos favoráveis e 13 contrários, a emenda apresentada por Ulysses acrescentou aos objetivos da política de enfrentamento à violência o combate a qualquer forma de discriminação de gênero, considerando-se também “raça, cor, etnia, classe social, orientação sexual e religiosidade”, caso impeça ou prejudique o exercício dos direitos políticos da mulher.

Chiara afirmou que a conduta da assessora de Macaé foi caluniosa. “São várias palavras de cunho muito sério, enfim, um crime”, aponta. “Acho que a Polícia Legislativa e esta Casa têm que tomar atitudes sérias, corretas e urgentes contra o que aconteceu hoje. É inadmissível. Nós estávamos votando um projeto de mulheres, e eu, como mulher, fui severamente violentada”, acrescentou a deputada.

Líder da Bancada Feminina, Macaé, que estava ao lado de Chiara durante a coletiva, se desculpou publicamente. “Isso não pode acontecer, eu lamento o ocorrido e tanto a Casa quanto o meu mandato vão tomar todas as providências cabíveis para que a gente possa o mais rápido possível sanar esta situação”, lamentou a deputada, que se referiu ao episódio como “completamente fora do controle”.    

Segundo Macaé, a assessora não estaria autorizada a entrar no plenário, cujo acesso é restrito a deputados e determinados servidores. “Com certeza ela não fez isso com intenção, mas, talvez, pela emoção do momento. Ela não trabalha especificamente aqui. Nós temos assessores de bases territoriais e ela é uma assessora de base territorial. Ela não costuma frequentar a Casa”, alegou a deputada.

Chiara, por sua vez, afirmou que é “intragável” ouvir que a postura não teria sido intencional. “Ninguém faz nada sem intenção. Quando a deputada Lohanna foi xingada, eu fui a primeira a postar nas minhas redes sociais. Todo ato que a gente fala ou faz, a gente tem que ter consciência do que está fazendo. Então, pra mim, foi 100% intencional”, rebateu a deputada.

O presidente da ALMG, Tadeu Martins Leite (MDB), o Tadeuzinho, manifestou apoio e solidade à Chiara em uma rede social durante a tarde desta quinta. "As agressões verbais sofridas hoje pela parlamentar são inadmissíveis. Todas as medidas cabíveis serão devidamente adotadas", garantiu o deputado. 

Além de Tadeuzinho, o líder de governo, João Magalhães (MDB), também se solidarizou com Chiara. Para Magalhães, o episódio não afeta apenas a deputada, mas, também as demais 14 parlamentares. "Ressaltamos nosso compromisso com um ambiente político pautado na ética, no diálogo construtivo e na cooperação, sempre em favor do povo mineiro. Neste momento desafiador, estendemos nossa mão à deputada Chiara Biondini e reiteramos nosso apoio e respeito inabaláveis à sua integridade", disse o deputado.