Cenário de indefinição

Cientista político analisa impactos da Operação Lava Jato

Uma nova fase da operação foi deflagrada nesta sexta-feira; para especialista, situação do cenário político é delicada

Por Da redação
Publicado em 14 de novembro de 2014 | 20:18
 
 
 
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A Polícia Federal realizou nesta sexta-feira (14) uma nova fase da Operação Lava Jato, que investiga o esquema de lavagem e desvio de dinheiro, desde março deste ano, em seis estados brasileiros e no Distrito Federal.

Nesta etapa, foram feitas buscas em grandes empreiteiras e cumpridos 85 mandados de prisão e de busca e apreensão contra executivos e outros investigados, nas sedes das empresas Camargo Corrêa, OAS, Odebrechet, UTC, Queiroz Galvão, Engevix, Mendes Júnior, Galvão Engenharia e Iesa. As empresas envolvidas têm contratos de R$ 59 bilhões com a Petrobras.

Para o cientista político Murilo de Aragão, o impacto da operação no cenário político brasileiro ainda é “um voo cego e sem instrumentos precisos”.

“É difícil dizer o que vai acontecer no mundo político porque não se tem uma ideia de que políticos estão envolvidos, qual é o grau de envolvimento, qual é o grau de consistência das futuras acusações e qual é o alcance dessas acusações. O que é certo dizer é que se suspeita que o efeito seja devastador no sistema político brasileiro”, afirmou.

Para o cientista político, a situação vai demandar um elevado grau de perícia política de Dilma, levando em conta o escândalo do Petrolão e também o fato de a base política estar “machucada” pelas eleições e pelo relacionamento político inconsistente com o governo no primeiro mandato da presidente.

“É uma situação muito delicada. Primeiro, não se sabe a extensão do problema do Petrolão e, segundo, já existe uma base política divida, magoada, e que está também acuada por conta de tudo o que está acontecendo [no Petrolão]”.

Já em relação à economia do país, Aragão acredita que os efeitos sejam mais brandos. “A questão econômica depende hoje, sobretudo, de uma injeção de credibilidade e uma confiança melhor no manejo da economia. Então, vamos imaginar que se a presidente Dilma nomeia uma equipe econômica consistente, ela consegue pelo menos reverter as expectativas negativas na economia”, disse.

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