Com morte de Campos e presença de Marina, cresce chance de 2º turno

Na avaliação de cientistas políticos, com a morte de Eduardo Campos (PSB) e Marina Silva sendo eleita a cabeça de chapa do PSB, o quadro do xadrez eleitoral será alterado. Para o cientista político David Fleischer, professor da Universidade Federal de Brasília (UnB), a chance de um segundo turno cresce consideravelmente.

“A morte de Eduardo Campos é uma má notícia para Dilma. Além de confirmar que vai ter segundo turno, a Marina pode puxar alguns eleitores que estejam descontentes com a presidente”. Ainda na avaliação de Fleischer, Marina deve ter um desempenho melhor do que Campos nas pesquisas. “Não sei se chega aos 20% que conquistou em 2010, mas vai melhorar”.

O também cientista político da UnB Antônio Flávio Testa concorda que Dilma pode ser a maior prejudicada. “Campos estava estagnado nas pesquisas. Se o PSB não encontrar uma chapa propositiva, a eleição ficará ainda mais polarizada entre Dilma e Aécio”, disse.

Rudá Ricci destaca que se Marina for para o páreo, as chances de o PSB estar no segundo turno são maiores do que as de Aécio Neves (PSDB). “Aécio não está mal, mas sua campanha não decola. Marina pode ir para o segundo turno, e Dilma corre muito risco.”

Já a cientista política da Universidade Federal de Minas Helcimara Telles acredita que Dilma pode ser prejudicada com os votos de Campos migrando para Aécio. “O eleitorado da Dilma é mais estabilizado. Por isso, os votos do PSB podem ir para o Aécio. Por um lado, Marina agrega o seu eleitorado de 2010. Por outro, ela perde os votos dos que optavam por Campos por querer segurança. Marina gera incertezas”.