Eleições

Com prévias adiadas no MDB, Pacheco se reúne com Maia

Encontro reforça informação de que o emedebista será candidato do DEM ao governo de Minas

Por Ana Luiza Faria
Publicado em 21 de fevereiro de 2018 | 03:00
 
 
 
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Um dia depois da decisão do MDB de adiar as prévias que discutirão o nome da legenda ao governo de Minas para o dia 1° de maio, o deputado federal Rodrigo Pacheco se reuniu com o presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em Brasília. Pacheco não revelou a pauta da reunião. No entanto, o encontro reforça a tese da filiação do parlamentar ao DEM, o que pode garantir seu nome na corrida eleitoral ao governo de Minas.

Rodrigo Pacheco confirmou, mais uma vez, que recebeu convite do partido de Rodrigo Maia, mas não garantiu a migração para a sigla. Como adiantou O TEMPO na edição do dia 16 de janeiro, um parlamentar do DEM que pediu para não ter o nome divulgado afirmou que a filiação de Pacheco está marcada para o dia 9 de março. O emedebista não confirma a informação. “Até março, irei fazer uma avaliação sobre a mudança. Enquanto isso, vou conversando e escutando prefeitos e vereadores do MDB que não estão satisfeitos com a decisão tomada na segunda pelo partido”, contou.

Ao deliberar por candidatura própria, mas adiar a decisão para depois do período da janela eleitoral, o MDB mineiro acabou forçando o afastamento de Pacheco da sigla. Se o parlamentar ficar no partido e perder as prévias, não terá mais como buscar abrigo em outra legenda. Por isso, a opção deve ser mesmo pela saída.

Sobre uma possibilidade de apresentar um recurso para questionar a resolução do partido, o parlamentar afirmou que não considera essa manobra.

Rodrigo Pacheco já deixou clara sua vontade de participar da corrida eleitoral, criticou diversas vezes o atual governo de Minas e rejeita a manutenção da aliança do MDB com o PT. “O nosso propósito é vencer as eleições e retirar o PT do poder. E, para isso, temos que conversar com todos os personagens políticos”, disse.

Pacheco afirmou que a decisão do MDB aponta uma continuidade da parceria entre as legendas. “O que houve foi uma estratégia de adiamento da decisão do partido sobre candidatura própria para continuar como está, ao lado do PT”, disse. De acordo com ele, muitos membros do partido estão iludidos com o discurso de candidatura própria colocado pelo MDB. “A maioria do partido quer e acredita em um nome do MDB para a disputa ao governo do Estado, mas creio que isso não irá se consolidar, infelizmente”, afirma.

Comemoração. O adiamento das prévias para maio foi visto como uma vitória do PT por membros da sigla. Depois da divulgação do resultado da votação, o deputado petista e líder da do governo na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), Durval Ângelo, afirmou acreditar, assim como Pacheco, que o MDB não lançará candidato próprio ao governo de Minas. Para ele, ocorreu um movimento para o partido ganhar tempo para manter a aliança com o governador Fernando Pimentel (PT) nas eleições de outubro.

 

Melles cita outros pré-candidatos

Presidente do DEM em Minas Gerais, o deputado federal Carlos Melles contou que as conversas com o colega emedebista Rodrigo Pacheco sobre a ida do parlamentar para o partido existem, mas afirmou não saber sobre uma data marcada para a filiação. “Não tenho conhecimento sobre datas nem a confirmação da vinda de Pacheco”, afirmou. Ele declarou que a decisão do MDB mostra que o deputado federal não tem espaço dentro do partido. “O que aconteceu indica que o MDB pretende continuar com o PT”, disse.

Carlos Melles citou outros dois pré-candidatos em Minas: o ex-prefeito de Belo Horizonte Marcio Lacerda (PSB) e o ex-deputado estadual Dinis Pinheiro (PP). “Todos são bem-vindos. Há espaço para todos, temos três pré-candidatos, há espaço para negociação, uma vez que teremos quatro vagas na chapa majoritária”, pontuou.

Melles lembrou que o único que pode unir esses nomes é o senador Antonio Anastasia (PSDB). Apesar de o senador dizer que não será candidato ao governo de Minas, os deputados federais tucanos voltaram a defender o nome dele. Melles também acredita que ainda é cedo para fechar questão. “As conversas mudam muito, ainda não temos nenhuma definição. Anastasia será o autor de todo esse processo”, afirma.

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