Senado Federal

Ailton Aquino cita 'encolhimento' no Banco Central e 'assimetria' de salários

O indicado pelo presidente Lula ao cargo de diretor de Fiscalização do BC falou em sabatina na CAE do Senado nesta terça (4)

Por Lucyenne Landim
Publicado em 04 de julho de 2023 | 11:52
 
 
 
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O indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao cargo de diretor de Fiscalização do Banco Central (BC), Ailton Aquino, citou nesta terça-feira (4) que a instituição sofreu um "encolhimento" nos últimos dez anos, principalmente na fiscalização do sistema financeiro e no quadro de servidores. O processo, segundo ele, levou também a uma "assimetria" na remuneração de servidores do BC em comparação a outros órgãos públicos.

A fala foi feita durante sua sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. Para assumir a função, ele precisa ter o nome aprovado pelo colegiado e pelo plenário do Senado. "Neste período, o número de instituições aumentou em 15%, os ativos do sistema financeiro aumentaram 25% em termos reais, os produtos financeiros ficaram significativamente mais complexos e novas atribuições foram delegadas ao Banco Central", disse.

"Não obstante, não houve aumento do quadro de servidores, pelo contrário. Há 10 anos, tínhamos na área de supervisão 1.100 servidores. Hoje, não chega a 650. Quase um terço desses pode se aposentar ou estarão aptos à aposentadoria no próximo ano. A média de idade da área de supervisão gira em torno de 50 anos", acrescentou.

"Ao mesmo tempo, estamos enfrentando graves assimetrias entre a remuneração dos servidores do Banco Central e dos demais órgãos da administração pública com padrão de perfil profissional similar. Isso enfraquece a casa e coloca em risco a manutenção das entregas de excelência. É impraticável manter excelência sem recursos humanos em número, grau, expertise e níveis remuneratórios compatíveis com as responsabilidades alocados à autarquia", completou.

Ailton Aquino dos Santos é servidor do Banco Central desde 1998. Ele é graduado em Ciências Contábeis pela Universidade do Estado da Bahia (Uneb) e Direito pelo Centro Universitário do Distrito Federal (UDF) e possui especializações em Engenharia Econômica de Negócios e em Direito Político.

Aquino já chefiou a Auditoria Interna do BC e atua, hoje, no comando do Departamento de Contabilidade, Orçamento e Execução Financeira da instituição monetária. Se tiver sua indicação aprovada pelo Senado, irá substituir Paulo Sérgio Neves de Souza e será o primeiro negro a ocupar um cargo na cúpula do BC.

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