Apenas 11 dos 26 governadores e DF foram a ato do 8 de janeiro

Apesar de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ter convidado todos os 27 governadores, apenas 11 foram à cerimônia organizada pelo Executivo, pelo Legislativo e pelo Judiciário para marcar um ano dos ataques de 8 de janeiro. Sem os governadores de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), a maioria dos presentes é alinhada a Lula (lista abaixo). 

Dos 11, quatro governadores são do próprio PT. Além da governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, que representou o Fórum dos Governadores e foi a única a discursar, o governador da Bahia, Jerônimo, o governador do Ceará, Elmano de Freitas, e o governador do Piauí, Rafael Fonteles, compareceram à solenidade realizada no Salão Negro do Congresso Nacional.

Sem o presidente do Fórum dos Governadores, Ibaneis Rocha (MDB), Fátima, mesmo com o esvaziamento, chegou a dizer que a presença dos governadores reafirmaria que, para “além de diferenças políticas ou ideológicas”, o que lhes une é o “amor ao nosso país, o respeito à Constituição e o compromisso inarredável com a defesa da democracia”. “O momento agora é de união, de cooperação e de solidariedade federativa”, observou a governadora.

Outros três são do PSB, correligionários do vice-presidente Geraldo Alckmin. O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, foi o único do Sudeste a comparecer, já que, além de Zema e Tarcísio, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), do mesmo partido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), se ausentou. Os demais são os governadores da Paraíba, João Azevedo, e do Maranhão, Carlos Brandão. 

Apoiado por Lula, o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), cujo irmão, Jader Filho (MDB), é ministro dos Transportes, também compareceu. Quem também apareceu no Congresso foi o governador do Sergipe, Fábio Mitidieri (PSD). O outro governador eleito pelo PSD, Ratinho Jr. (PSD), do Paraná, não compareceu. Embora o PSD tenha três ministérios, Ratinho apoiou a reeleição de Bolsonaro. 

Dos presentes, apenas o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), e a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP), que representou o governador Ibaneis Rocha (MDB), compareceu. Ibaneis, que está em férias até a próxima segunda (15/1), chegou a ser afastado por 90 dias do cargo após 8 de janeiro por suposta omissão de segurança pública.

Questionado sobre a ausência de Zema, Tarcísio e Castro, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT), respondeu que, na verdade, são os governadores que deveriam ser contestados. Quanto aos deputados e senadores ausentes, Wagner, por sua vez, atribuiu às férias. “Não havia uma previsão dessa agenda. Então, na minha opinião, até tinha dúvidas se não era melhor fazer no dia 1º de fevereiro, na reabertura, mas todo mundo quis marcar a data. Eu acho até que acabou dando um quórum positivo”, avaliou.

Após recuar e desistir de ir à cerimônia depois de ter confirmado presença, Zema atribuiu a ausência ao caráter político, que, segundo ele, o evento, institucional, assumiu. “Estava prevista a minha ida a um evento institucional, mas, infelizmente, recebi informações de que ele se transformou em um evento político e não vou mais. Sou totalmente favorável à democracia. Aqueles que praticaram vandalismo precisam ser punidos”, justificou o governador.

Veja os governadores que foram ao ato:

• ⁠ES - Renato Casagrande (PSB)
• PE - Raquel Lyra (PSDB)
• PI - Rafael Fonteles (PT)
• RN - Fátima Bezerra (PT)
• SE - Fábio Mitidieri (PSD)
• RS - Eduardo Leite (PSDB)
• BA - Jerônimo (PT)
• PB - João Azevedo (PSB)
• CE - Elmano de Freitas (PT)
• MA - Carlos Brandão (PSB)
• PA - Helder Barbalho (MDB)
• DF - Celina Leão (PP)