Após filiação de Bolsonaro, vice-presidente da Câmara anuncia saída do PL

O vice-presidente da Câmara, deputado federal Marcelo Ramos (PL-AM), anunciou nesta terça-feira (7) a saída do PL. A decisão acontece exatamente uma semana depois da filiação do presidente Jair Bolsonaro ao partido. Ramos, que é crítico ao presidente da República, justificou a decisão por incompatibilidade partidária e por acreditar que o “presidente Bolsonaro não é o melhor para o futuro do país”.

“É absolutamente incompatível estar embarcado em um projeto que eu não acredito. Eu não saberia viver com isso”, alegou, acrescentando que “a turma do Bolsonaro que vai entrar no PL é muito hostil”.

Segundo ele, a desfiliação foi acertada por acordo com o presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto. Por conta disso, Ramos não perderá o mandato, que pertence ao partido político, e nem o cargo na cúpula da Câmara dos Deputados.

Apesar do acordo, o deputado precisará de uma autorização do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para deixar oficialmente o PL. Caso não consiga, fará a saída durante a janela partidária, período aberto para a troca de legendas no início de 2022.

Ramos destacou ainda não ter um novo partido, mas admitiu que já conversa com dirigentes de outras siglas e que busca uma legenda com postura independente. “Eu só não estarei no palanque do Bolsonaro”, garantiu.

Presidente do PL assinou carta autorizando a desfiliação

Em uma carta assinada e endereçada a Marcelo Ramos, Valdemar Costa Neto autorizou a desfiliação do deputado sem a perda do mandato ou do cargo na Mesa Diretora da Câmara. Ele apontou que "divergências doutrinárias e políticas" tornam a permanência do parlamentar no PL "insustentável".

"Em que pese o fato de lamentarmos a manifesta divergência apresentada de carater público e notório, afirmamos que, em virtude da linha político-partidária de atuação de nossa legenda, sua manutenção em nosso quadro de filiados causará indiscutivelmente constrangimentos de natureza política para ambas as partes", afirmou.

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